Moeda americana avança diante do real após anúncio de tarifas dos EUA e queda em bolsas asiáticas e europeias
O dólar à vista opera em alta na manhã desta segunda-feira, 7 de abril de 2025, em meio ao aumento da aversão ao risco nos mercados globais. Às 10h10 (horário de Brasília), a moeda norte-americana subia 0,69%, sendo cotada a R$ 5,877 na venda. No mercado futuro da B3, o contrato para maio — o mais negociado — registrava valorização de 0,46%, a 5.910 pontos. Por volta das 11h, a cotação à vista já ultrapassava os R$ 5,90.
A alta ocorre em linha com o fortalecimento do dólar no exterior, especialmente frente a moedas emergentes ligadas a commodities, como o real. O movimento é impulsionado pela crescente preocupação dos investidores com a possibilidade de uma recessão global, após a entrada em vigor, no sábado (5), de tarifas globais de 10% sobre produtos importados pelos Estados Unidos. Medidas mais específicas contra a China devem começar a valer em 9 de abril.
Fatores que influenciam a valorização do dólar
- Tarifas comerciais dos EUA: O presidente Donald Trump impôs novas tarifas de 10% sobre produtos importados e prometeu medidas mais severas contra países com superávit comercial com os Estados Unidos, incluindo o Brasil e a China.
- Resposta da China: O governo chinês anunciou tarifas de até 34% sobre produtos dos EUA, além de indicar possíveis cortes nas taxas de juros. Mais de 50 países já solicitaram negociações com Washington.
- Commodities em queda: Petróleo e minério de ferro voltaram a recuar fortemente, pressionando moedas de países exportadores.
- Busca por segurança: Investidores internacionais migraram para ativos considerados mais seguros, como dólar e títulos do Tesouro dos EUA.
Reação dos mercados globais
- Ásia: O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 13,22%, a maior queda desde 1997. Nikkei (Japão) recuou 7,9% e o Shanghai Composite perdeu 7,3%.
- Europa: DAX (Alemanha) abriu em queda de 9%. FTSE 100 (Reino Unido) cedia cerca de 5%.
- EUA: Índices futuros operavam em baixa no início da manhã, refletindo o impacto da guerra comercial nas projeções de crescimento.
Expectativas e cenário doméstico
O real tende a permanecer sob pressão enquanto durar o ambiente de incerteza externa. Analistas apontam que a volatilidade cambial pode se intensificar nos próximos dias, com investidores ajustando posições diante das movimentações geopolíticas e possíveis reações do Federal Reserve.
Cotação em tempo real
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