O mercado de leilões imobiliários registrou forte expansão em 2025, impulsionado pelo avanço da inadimplência condominial e bancária, pela necessidade de liquidez em um cenário de juros elevados e pela consolidação dos leilões digitais como alternativa para a venda de imóveis no país. Dados da Associação Brasileira dos Arrematantes de Imóveis (Abraim) indicam que 116,6 mil imóveis foram levados a leilão apenas no primeiro semestre do ano, alta de 25,1% em relação ao mesmo período de 2024.
Crescimento impulsionado pela digitalização do setor
O crescimento acompanha uma mudança estrutural no setor, com maior uso de plataformas online e expansão dos leilões extrajudiciais, modalidade que ganhou protagonismo por permitir a desmobilização de ativos de forma mais ágil e transparente. A digitalização ampliou o acesso de compradores de diferentes regiões do país e reduziu barreiras de entrada, tornando o formato mais competitivo.
Expansão da oferta e aumento nas vendas em 2025
Nesse contexto, o Leilão Eletrônico encerrou 2025 com 376 imóveis ofertados, crescimento de 40% na comparação anual. Ao longo do ano, foram arrematados 150 imóveis, mais que o dobro do volume registrado em 2024, quando foram contabilizadas 72 vendas. Segundo a empresa, o resultado está associado à diversificação geográfica das ofertas, à ampliação do portfólio de ativos e ao fortalecimento da operação comercial.
Distribuição geográfica e perfil dos imóveis ofertados
Embora São Paulo tenha concentrado a maior parte dos anúncios, com 65% da oferta, a plataforma ampliou sua atuação em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Rondônia, Goiás e Mato Grosso. Em termos de tipologia, os apartamentos representaram metade dos imóveis ofertados em 2025, seguidos por casas (35%) e terrenos (15%). A maior procura foi por imóveis urbanos avaliados em até R$ 300 mil, perfil que atrai tanto compradores em busca de moradia quanto investidores de menor porte.
Avanço dos leilões extrajudiciais e de bens móveis
Outro destaque do ano foi o aumento da participação dos leilões extrajudiciais, que passaram a responder por 60% das ofertas da plataforma, superando os leilões judiciais. O segmento de bens móveis também apresentou crescimento, com a oferta de veículos, máquinas industriais e móveis, acompanhando a estratégia de empresas que recorreram aos leilões para reduzir passivos e desmobilizar ativos ociosos.
Mudança no perfil dos compradores
O perfil dos compradores também mostrou mudanças ao longo de 2025. Além da predominância de pessoas físicas, houve aumento da participação de grupos de investidores organizados de forma informal e de empresas interessadas em projetos de retrofit, geração de renda e reposicionamento de ativos imobiliários.
Desempenho financeiro e atratividade dos leilões
Em termos financeiros, o volume de imóveis vendidos pela plataforma alcançou R$ 50 milhões em 2025, crescimento de 30% em relação ao ano anterior. O ticket médio das arrematações foi de R$ 300 mil, enquanto o desconto médio em relação à avaliação oficial chegou a 37,3%. O tempo médio entre a publicação do edital e a arrematação foi de 45 dias, considerado ágil para o mercado de imóveis usados.
Casos de destaque em diferentes regiões do país
Entre os casos de maior destaque, estão imóveis arrematados em diferentes regiões do país, com diferenças significativas entre os valores de avaliação e os lances finais, evidenciando o interesse crescente dos compradores e a diversidade de oportunidades oferecidas pelos leilões imobiliários.
Perspectivas para 2026
Para 2026, a expectativa do setor é de continuidade do crescimento, com aumento da oferta de imóveis, maior alcance geográfico das plataformas digitais e amadurecimento do público comprador. Especialistas avaliam que o leilão imobiliário deixou de ser visto como uma solução excepcional e passou a integrar, de forma definitiva, o mercado formal de compra e venda de ativos no Brasil.























