O Ministério das Relações Exteriores (MRE) respondeu, nesta quinta-feira (11) à noite, às declarações do secretário de Estado americano, Marco Rubio, que havia prometido uma “resposta adequada” à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Rubio classificou o julgamento como uma “caça às bruxas” e advertiu que os Estados Unidos responderiam de forma proporcional. Em nota publicada no X (antigo Twitter), o Itamaraty reagiu duramente:
“Ameaças não intimidarão nossa democracia. O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo.”
Condenação histórica
A Primeira Turma do STF formou maioria de votos para condenar Jair Bolsonaro e outros réus por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. O ex-presidente recebeu pena de 27 anos e 3 meses de prisão, além de multa.
O julgamento terminou em 4 a 1, com votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin pela condenação, contra a divergência do ministro Luiz Fux, que votou pela absolvição. O voto da ministra Cármen Lúcia foi considerado decisivo.
Repercussão internacional
Além de Rubio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também se pronunciou. Questionado por jornalistas, afirmou estar “surpreso” com o resultado:
“Eu assisti ao julgamento, conheço-o muito bem. Como líder estrangeiro, achei que ele foi um bom presidente. É muito surpreendente que isso pudesse acontecer. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de forma alguma. Ele foi um bom homem, e não vejo isso acontecendo.”
O caso tem gerado forte repercussão internacional, expondo tensões diplomáticas entre Brasília e Washington e colocando a condenação de Bolsonaro no centro do debate geopolítico.