O Crédito do Trabalhador, conhecido como consignado CLT, movimentou aproximadamente R$ 3,3 bilhões em apenas duas semanas, de acordo com levantamento do Ministério do Trabalho.
A expectativa é de que o número de solicitações aumente significativamente a partir do dia 25 de abril, quando grandes instituições financeiras como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Nubank e Santander passam a oferecer a modalidade.
O programa, lançado oficialmente em 21 de março, está disponível exclusivamente por meio da Carteira de Trabalho Digital para trabalhadores com vínculo formal.
A partir do dia 25, o crédito também poderá ser contratado pelas plataformas digitais dos bancos participantes. As parcelas, no entanto, continuam a ser descontadas diretamente na folha de pagamento, respeitando a margem consignável de 35% do salário.
Modalidade oferece juros mais baixos, mas exige cautela
Por utilizar parte do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia, o consignado CLT tende a apresentar taxas de juros menores em comparação com outras linhas de crédito, como o crédito direto ao consumidor (CDC).
A taxa final, no entanto, dependerá da avaliação de risco realizada por cada instituição financeira, considerando fatores como tempo de trabalho e histórico de crédito do solicitante.
Especialistas alertam, porém, que a decisão de contratar esse tipo de crédito deve ser tomada com cuidado.
O uso do FGTS como garantia pode ser vantajoso para quem busca juros mais baixos, mas representa uma redução do saldo disponível para resgate em situações como demissão sem justa causa. Além disso, o comprometimento de parte da renda pode impactar o orçamento mensal.
Regras e cuidados na contratação
O crédito consignado CLT segue regras específicas para garantir maior segurança aos trabalhadores. Entre elas, estão a proibição da cobrança de tarifas adicionais e a vedação de prazo de carência para o início do pagamento das parcelas.
Antes de contratar o empréstimo, é fundamental que o trabalhador observe informações como o valor total financiado com e sem juros, a taxa de juros mensal e anual, o número de parcelas, a periodicidade dos pagamentos e o custo efetivo total da operação.
Esses dados devem ser fornecidos de forma clara pelas instituições financeiras.
A orientação de especialistas é que o trabalhador compare ofertas, avalie a real necessidade do empréstimo e verifique se o valor das parcelas cabe no orçamento, para evitar endividamento excessivo.