A expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses cedeu 0,2 ponto percentual em março, para 4,8%, retornando ao valor mínimo histórico apresentado em novembro e dezembro de 2019. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve redução de 0,3 ponto percentual.
“Após dois meses em 5,0%, a expectativa mediana de inflação dos consumidores retorna ao menor valor da série histórica, sugerindo que o aumento devido ao choque dos preços das proteínas, tenha se dissipado, principalmente nas duas faixas de renda mais baixas. Para os próximos meses, o cenário de incerteza causado pela epidemia de Covid-19 pode levar os consumidores a reverem suas expectativas, mas a tendência é que essa revisão seja para baixo, dado que as novas projeções para o Ipca têm sido cada vez menores”, afirma Renata de Mello Franco, economista da FGV IBRE.
Analisando a frequência da inflação prevista por faixas de respostas, metade dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação (4,0%) em março, 1,4 ponto percentual a mais em relação a fevereiro. Por outro lado, a proporção de consumidores projetando abaixo do limite inferior da meta de inflação (abaixo de 2,5%) para 2020 diminuiu de 4,9% para 4,2%, a menor parcela nos últimos seis meses.
Na análise por faixas de renda, as famílias de menor poder aquisitivo diminuíram suas expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes. Para as famílias com renda até R$ 2,1 mil houve queda de 6,3% para 5,9% enquanto para as famílias com renda entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil as expectativas caíram de 5,4% para 5,0%, o menor nível desde agosto de 2007. Quanto às famílias de maior poder aquisitivo, suas expectativas se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior.