Na tarde de terça-feira (12), uma manifestação com concentração na loja da Starbucks na Cinelândia, no coração da cidade do Rio de Janeiro, seguiu até uma outra unidade da franquia na Assembleia Legislativa.
O protesto, marcado por ex-funcionários da empresa, advogados, sindicalistas do Sindirefeições e da UGT Rio, e apoiadores, teve como objetivo denunciar a multinacional do café pela falha no pagamento de rescisões trabalhistas. Ao longo do trajeto, panfletos informativos sobre o caso foram distribuídos para o público.
Centenas de funcionários foram dispensados pela rede, com a promessa de que suas rescisões seriam pagas até o dia 9 de novembro.
No entanto, esses pagamentos não foram efetuados. Baristas também alegam que a empresa tem fornecido informações erradas referentes ao FGTS e ao Seguro Desemprego.
Além disso, relatos indicam que alguns empregados, demitidos posteriormente, não receberam qualquer tipo de compensação, incluindo o vale-transporte para retornarem a suas casas após a demissão.
A informações são da UGT Brasil, divulgadas em nota à Imprensa através da Assessoria SEIU no Brasil.
Recuperação Judicial
A Starbucks tem utilizado o processo de recuperação judicial como justificativa para o não pagamento dessas obrigações.
Contudo, os advogados da UGT contestam essa posição, argumentando que a lei permite e exige o pagamento de direitos trabalhistas, mesmo em situações de recuperação judicial.
A central sindical estuda a possibilidade de unir e representar os trabalhadores na justiça para reforçar essa reivindicação.
Rafael Guerra, representante da campanha #TrabalhadoresStarbucksUnidos, movimento internacional que defende trabalhadores em redes de fast-food, convocou o apoio da população para as reivindicações dos trabalhadores.
A entidade busca diálogo com sindicatos brasileiros para assegurar o respeito e a justa compensação aos ex-funcionários da Starbucks. “Estamos aqui para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados.
A situação da Starbucks no Brasil é alarmante, e nosso objetivo é assegurar que cada trabalhador demitido receba o que lhe é devido,” afirmou Guerra.
O presidente da UGT nacional, Ricardo Patah, também se pronunciou sobre a questão jurídica. “A legislação trabalhista brasileira é clara quanto à prioridade do pagamento de rescisões. O processo de recuperação judicial da Starbucks não isenta a empresa de suas obrigações com os trabalhadores. Estamos aqui para reforçar esse ponto e buscar justiça para os afetados.”
Tensão
A manifestação reflete a crescente tensão entre a gigante do café e sua ex-força de trabalho, ressaltando a urgência de uma solução justa e o compromisso da empresa com as responsabilidades trabalhistas.
A situação atual da Starbucks no Brasil, com demissões em massa e lojas fechadas, já tem gerado debates significativos sobre direitos trabalhistas e práticas empresariais éticas.
Há expectativa de que uma manifestação semelhante ocorra na cidade de São Paulo no dia 18 de dezembro, conforme a situação ganha mais visibilidade.
O caso continua em desenvolvimento, com expectativa de mais movimentos sindicais e ações legais nas próximas semanas, enquanto os ex-funcionários aguardam resoluções sobre suas rescisões e outros direitos trabalhistas.