A expansão do uso da inteligência artificial (IA) no ambiente corporativo tem redefinido processos de decisão, modelos de negócios e interações cotidianas. Ao mesmo tempo em que cria oportunidades e ganhos de produtividade, também amplia a complexidade e a frequência de ataques cibernéticos.
Os golpes atuais são mais sofisticados, velozes e difíceis de detectar. Deepfakes, phishing avançado e ataques automatizados já fazem parte do arsenal de criminosos digitais. A IA tem potencializado a capacidade dessas ações, tornando-as mais precisas e impactantes.
IoT amplia a superfície de ataques
O crescimento do ecossistema de dispositivos conectados, como sensores, câmeras, wearables e equipamentos IoT, aumentou consideravelmente a superfície de ataque das empresas.
Quando esses dispositivos carecem de atualizações ou apresentam falhas de configuração, cada ponto se transforma em uma potencial porta de entrada para invasores. Esse cenário reforça a necessidade de estratégias de segurança mais abrangentes e integradas.
Segurança cibernética é responsabilidade corporativa
A cibersegurança deixou de ser atribuição exclusiva das equipes de TI. Especialistas apontam que a proteção digital requer cultura organizacional sólida, liderança engajada e treinamento contínuo de todos os colaboradores.
Medidas tradicionais, como firewalls e antivírus, já não bastam. O novo modelo de proteção deve combinar monitoramento constante, gestão de riscos e postura preventiva em todos os níveis da empresa.
Lacuna entre consciência e ação
Dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) indicam que 79% das empresas brasileiras estão expostas a ataques digitais, mesmo reconhecendo sua gravidade. O dado revela um descompasso entre percepção e prática.
Essa lacuna precisa ser superada por meio de investimentos consistentes em soluções avançadas e pela integração da IA na própria defesa cibernética.
Tecnologia aliada à capacitação humana
A IA pode ser usada para detectar anomalias em tempo real, automatizar respostas e antecipar ameaças. No entanto, tecnologia sem capacitação humana tem alcance limitado.
Treinamentos periódicos, simulações e campanhas de conscientização ajudam colaboradores a reconhecer riscos e atuar de forma proativa, transformando cada profissional em um agente de proteção da informação.
Investimento estratégico, não custo
Com o Brasil ocupando a 12ª posição no mercado global de segurança digital e projetando investimentos superiores a R$ 100 bilhões até 2028, o país caminha para um cenário mais maduro de proteção cibernética.
Especialistas alertam, porém, que o ritmo de adaptação precisa acelerar. A segurança cibernética deve ser tratada como investimento estratégico — essencial para proteger dados, reputação e garantir a continuidade dos negócios.
Na era da inteligência artificial, inovar com responsabilidade e compromisso com a segurança é um diferencial competitivo determinante.