Após registrar redução em fevereiro e março, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) subiu 2% em abril, alcançando 118 pontos e acumulando, no quadrimestre, alta de 0,86%.
Apesar do crescimento modesto, o indicador, apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou melhor resultado do que o apurado nos quatro primeiros meses de 2021, quando registrou queda de 9,24%.
Entre os índices apurados pela pesquisa, Condições Atuais do Empresário do Comércio se destacou positivamente, com aumento de 4,2%.
Segundo a análise, o avanço chamou a atenção por se tratar do indicador que tem apurado a maior insatisfação. O subíndice relativo à economia contribuiu com maior peso para o aumento, tendo expandido 6,5%, bem acima de avaliações quanto ao setor (3,6%) e à empresa (3,3%).
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que a percepção mais positiva dos comerciantes pode estar relacionada às vendas de Páscoa e Dia da Mães, além da expectativa pelo décimo terceiro salário dos aposentados, o aumento da participação do crédito consignado de 35% para 40% no endividamento e a entrada na economia dos recursos advindos do saque do FGTS. “Um fator que também é muito relevante é a percepção de efeitos decorrentes da dinâmica do mercado de trabalho, que tem revelado evolução gradual”, observa.
Expectativas positivas
A única queda registrada na composição do Icec foi no subíndice relativo à contratação de funcionários, em Intenções de Investimento, que apresentou retração de 0,1%. Já o subíndice relativo à empresa contou com o aumento mais significativo, de 3,9%, influenciando o crescimento geral do indicador, de 1,6%.
Para o economista da CNC responsável pela pesquisa, Antonio Everton, os resultados denotam otimismo em relação à dinâmica de vendas do próximo mês. “A alta pode estar associada a ajustes e incrementos que os empresários podem pretender realizar nas suas organizações”.
Os dados também apontaram maior nível de confiança entre empresários das micro e pequenas empresas (2,1%), enquanto os das médias e grandes não revelaram variação (0,0%). Já no recorte por categorias de uso, os segmentos de bens semiduráveis (5,9%) e duráveis (5,8%) se mostraram bem mais confiantes do que os de não duráveis (0,9%).
Sobre isso, o economista avalia que um dos possíveis motivos para a alta é a apreciação cambial, com a queda do dólar, e a maior expectativa quanto à possibilidade de vendas de produtos eletroeletrônicos. “Tudo isso vem ocorrendo devido ao entendimento de que as condições atuais estão mais favoráveis, com maior efeito inerente ao desempenho da economia, cuja evolução pode acarretar a melhoria da performance do setor comercial”.