Em dezembro de 2018, a produção industrial nacional subiu 0,2% frente ao mês anterior (série com ajuste sazonal), eliminando, assim, a variação negativa de 0,1% de novembro. Em relação a dezembro de 2017 (série sem ajuste sazonal), a indústria caiu 3,6%, após também registrar queda em novembro de 2018 (-1,0%). Com esses resultados, o setor industrial recuou 1,1% no fechamento do quarto trimestre de 2018, mas mostrou variação positiva de 0,1% no acumulado do segundo semestre do ano.
No índice acumulado do ano (1,1%), a indústria cresceu, mas com ritmo abaixo do verificado em 2017 (2,5%), quando interrompeu três anos seguidos de taxas negativas: 2014 (-3,0%), 2015 (-8,3%) e 2016 (-6,4%). No acumulado dos últimos doze meses (1,1%), a indústria permaneceu com perda de ritmo frente aos resultados de julho (3,3%), agosto (3,1%), setembro (2,7%), outubro (2,3%) e novembro (1,8%). A publicação completa da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Brasil) pode ser acessada diretamente na página da instituição
11 dos 26 ramos pesquisados cresceram
No acréscimo de 0,2% da atividade industrial na passagem de novembro para dezembro de 2018, duas das quatro grandes categorias econômicas e 11 dos 26 ramos pesquisados mostraram crescimento na produção. Entre as atividades, a influência positiva mais relevante foi em produtos alimentícios (1,5%), que acumulou expansão de 7,5% em dois meses consecutivos de avanço na produção, eliminando, assim, parte da perda de 10,4% acumulada no período julho-outubro de 2018.
Também se destacaram os resultados positivos em indústrias extrativas (1,3%), bebidas (2,9%), produtos diversos (6,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,6%). Com exceção da última atividade, que apontou o segundo resultado positivo seguido nesse tipo de comparação e acumulou ganho de 1,0% nesse período, as demais mostraram comportamento negativo no mês anterior: -0,7%, -2,2% e -13,5%, respectivamente.
Dos quinze ramos em queda, o desempenho mais relevante foi em veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,1%), com seu segundo mês seguido de queda na produção e perda acumulada de 7,6% nesse período. Outros impactos negativos importantes foram: máquinas e equipamentos (-2,5%), outros produtos químicos (-1,3%), metalurgia (-1,3%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-6,2%), celulose, papel e produtos de papel (-1,8%), produtos de borracha e de material plástico (-1,6%), produtos do fumo (-11,6%) e móveis (-4,7%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a novembro, bens intermediários (0,7%) mostrou o avanço mais acentuado, repetindo o resultado do mês anterior, quando interrompeu três meses consecutivos de queda na produção e acumulou perda de 4,0%. O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) também registrou taxa positiva nesse mês, interrompendo o comportamento negativo presente desde julho, período em que caiu 3,9%. Por outro lado, os setores de bens de capital (-5,7%) e de bens de consumo duráveis (-2,1%) recuaram em dezembro, apontando o segundo mês seguido de queda na produção e acumulando nesse período recuos de 9,9% e 5,8%, respectivamente.
Média móvel trimestral mostra variação positiva de 0,2%
Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral subiu 0,2% no trimestre encerrado em dezembro frente ao nível do mês anterior, após registrar resultados negativos nos meses de setembro (-1,0%), outubro (-0,8%) e novembro (-0,6%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários (0,3%) assinalou a única expansão, interrompendo a trajetória descendente iniciada em agosto de 2018. Bens de capital (-2,9%) apontou o resultado negativo mais elevado, intensificando a perda observada no mês anterior (-1,7%). Bens de consumo duráveis (-1,1%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,3%) também mostraram taxas negativas, registrando o quarto mês seguido de queda e acumulando nesse período redução de 7,2% e 2,8%, respectivamente.
Indústria recuou 3,6% na comparação com dezembro de 2017
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial caiu 3,6% em dezembro de 2018, com resultados negativos nas quatro grandes categorias econômicas, 21 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 62,5% dos 805 produtos pesquisados. Dezembro de 2018 teve o mesmo número de dias úteis que igual mês do ano anterior (20 dias).
Entre as atividades, produtos alimentícios (-7,8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,0%) exerceram as influências negativas mais intensas. Outras contribuições negativas relevantes foram: produtos de borracha e de material plástico (-10,5%), outros produtos químicos (-6,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-19,0%), de máquinas e equipamentos (-6,2%), de metalurgia (-4,2%), outros equipamentos de transporte (-18,5%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-12,4%), produtos têxteis (-11,1%), celulose, papel e produtos de papel (-3,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,7%) e móveis (-9,5%).
Entre os cinco setores que apontaram ampliação na produção, os principais impactos foram nas indústrias extrativas (6,5%) e em produtos farmoquímicos e farmacêuticos (25,1%).
Entre as grandes categorias econômicas, a redução mais acentuada foi em Bens de consumo duráveis (-14,3%), apresentando a segunda taxa negativa consecutiva nessa comparação e a queda mais intensa desde julho de 2016 (-16,1%). O setor foi particularmente pressionado pela redução na fabricação de automóveis (-16,9%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-23,0%). Vale citar também os recuos em eletrodomésticos da “linha branca” (-2,7%), móveis (-12,4%), motocicletas (-4,2%) e outros eletrodomésticos (-2,4%).
Bens de capital (-5,6%) também mostrou queda mais acentuada do que a média nacional (-3,6%), interrompendo, assim, seis meses de resultados positivos consecutivos e marcando a queda mais intensa desde maio de 2018 (-6,4%). Nesse mês, o segmento foi influenciado, em grande parte, pelos recuos nos grupamentos de bens de capital para fins industriais (-12,1%) e para equipamentos de transporte (-5,9%). As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital de uso misto (-12,3%) e construção (-8,1%). Os impactos positivos foram assinalados por bens de capital agrícolas (20,2%) e energia elétrica (0,5%).
Bens de consumo semi e não-duráveis (-2,5%) apresentou a quinta taxa negativa consecutiva e a mais intensa dessa sequência. O desempenho nesse mês foi explicado principalmente pela queda no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-4,8%). Vale citar também os resultados negativos assinalados pelos subsetores de semiduráveis (-4,3%) e de carburantes (-5,1%).
O segmento de bens intermediários (-2,3%) manteve o comportamento negativo presente nos últimos quatro meses: setembro (-2,8%), outubro (-0,6%) e novembro (-1,4%). O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos recuos nas atividades de produtos alimentícios (-11,1%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-15,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-10,6%), de outros produtos químicos (-6,1%), de metalurgia (-4,2%), de máquinas e equipamentos (-9,2%), de produtos têxteis (-8,7%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,6%) e de produtos de metal (-2,2%). Já as pressões positivas vieram de indústrias extrativas (6,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,8%) e produtos de minerais não-metálicos (0,9%).
Vale citar também os resultados negativos dos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-3,3%), que intensificou o recuo verificado no mês anterior (-1,1%); e de embalagens (-2,5%), que interrompeu seis meses de taxas positivas consecutivas e marcou a queda mais elevada desde maio de 2018 (-11,0%).
No quarto trimestre de 2018, Indústria caiu 1,1%
O setor industrial, ao recuar 1,1% no quarto trimestre de 2018, interrompeu o comportamento positivo presente desde o primeiro trimestre de 2017 (1,4%) e permaneceu com a clara perda de ritmo frente aos resultados do primeiro (2,8%), segundo (1,8%) e terceiro trimestres de 2018 (1,2%). A redução na intensidade da produção industrial também foi observada nas quatro grandes categorias econômicas, com destaque para bens de consumo duráveis, que passou de 7,1% no terceiro trimestre de 2018 para -3,1% no quarto, pressionada, em grande parte, pela menor fabricação de automóveis (de 14,7% para -1,2%). Bens de capital (de 7,3% para 3,4%), bens intermediários (de 0,7% para -1,4%) e bens de consumo semi e não-duráveis (de -0,4% para -1,0%) também fizeram esse movimento.
Indústria acumula alta de 1,1% em 2018
No índice acumulado em 2018, frente ao ano anterior, a indústria cresceu 1,1%, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 42 dos 79 grupos e 50,9% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (12,6%) exerceu a maior influência positiva. Outras contribuições positivas relevantes vieram de metalurgia (4,0%), de celulose, papel e produtos de papel (4,9%), de indústrias extrativas (1,3%), de máquinas e equipamentos (3,4%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,1%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,0%), de produtos de metal (2,7%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,6%).
Entre as treze atividades em queda, produtos alimentícios (-5,1%) deu a contribuição negativa mais intensa. Destacam-se também os resultados negativos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,3%) e de couro, artigos para viagem e calçados (-2,3%).
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os doze meses de 2018 mostrou maior dinamismo para bens de consumo duráveis (7,6%) e bens de capital (7,4%), impulsionadas, em grande parte, pela ampliação na fabricação de automóveis (10,8%) e eletrodomésticos da “linha marrom” (4,4%), na primeira; e de bens de capital para equipamentos de transporte (13,8%) e para construção (25,2%), na segunda. O setor de bens intermediários (0,4%) também assinalou taxa positiva no índice acumulado no ano, mas com avanço abaixo da média nacional (1,1%), enquanto o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis apontou o único resultado negativo (-0,3%).