O governo de São Paulo decidiu colocar todo o estado na fase vermelha devido à piora nos indicadores de Covid-19 a partir da primeira hora do próximo sábado (6).
A medida foi anunciada na última quarta (3) e deverá valer até o dia 19 de março.
O objetivo, segundo o governador João Doria (PSDB), é tentar conter o avanço do número de casos e mortes provocadas pelo novo coronavírus. Na última terça, o estado registrou o maior número de mortes por Covid-19 em 24 horas desde o início da pandemia, com 468 óbitos. No total, o estado já passou de 60 mil mortes provocadas pela Covid-19.
Na fase vermelha, funcionam apenas setores essenciais, como instituições médicas, transporte, imprensa, padarias, mercados, farmácias, além de escolas e atividades religiosas.
Restaurantes, lanchonetes e bares devem fechar as portas e apenas funcionar em esquema de delivery ou drive-thru.
De acordo com a FecomercioSP, diante da regressão à fase vermelha, o comércio varejista paulista pode registrar perda de R$ 11 bilhões no mês de março.
O valor é semelhante aos impactos mensurados de recuo médio mensal entre abril e maio de 2020, meses críticos da pandemia no ano passado. Só na capital a estimativa é de uma perda média de R$ 6 bilhões no mês em medição.
Ainda segundo a instituição, se não houver fiscalização intensa em relação às irregularidades e atividades clandestinadas, a medida adotada pelo governo não terá eficácia.
Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou nesta semana que o varejo já perdeu 75,2 mil lojas devido à pandemia.
O saldo negativo anual de lojas é o maior desde a recessão em 2016. Segundo o CNC, sem o auxílio emergencial, o estrago seria ainda maior.
Diante do cenário, fica ainda mais clara a importância dos estabelecimentos se digitalizarem e apostarem nas vendas pela internet e redes sociais.
“Quem ainda não se digitalizou vai ficar para trás. É uma tendência que veio para ficar. Estamos digitalizando muitos processos que antes eram totalmente físicos para garantir ainda mais conforto ao consumidor. Grande parte do varejo também permite que se faça a compra por marketplace ou Whatsapp e a retirada seja por meio de drive-thru, o que também é confortável para o consumidor que quer retirar a compra de forma rápida”, explica Felipe Dellacqua, sócio da Vtex, multinacional que desenvolve plataformas para um quarto das lojas virtuais do país.
O Whatsapp, apesar de ser um canal de vendas muito fácil e acessível, ainda não é utilizado por muitos lojistas.
“Os grupos de WhatsApp se tornaram maiores e mais ativos. Com isso, a preferência do consumidor por manter a comunicação centralizada nesse canal cresce a cada dia. O ideal é criar um número único para atender os clientes, seja na dúvida de produtos, no pós-venda ou até mesmo para fazer uma venda direta pelo aplicativo. É recomendável mingrar para o WhatsApp Business, que dá diversas ferramentas para taguear clientes e organizar melhor o atendimento por um único número”, explica Felipe.
Pesquisa realizada pela EbitNielsen no final do ano passado com consumidores que compraram online mostrou que 95% deles pretendem continuar com esse hábito em 2021.
A expectativa ainda é que as vendas do e-commerce devam crescer neste ano 26%, o que levaria o setor a um faturamento de R$ 110 bilhões.
Sobre Felipe Dellacqua
É sócio da Vtex, plataforma global de comércio eletrônico líder na América Latina, com presença em mais de 30 países. Especialista em e-commerce e varejo com mais de 14 anos de experiência prática nesse mercado. Presidente da ABECOM-CB (Associação Brasileira de E-commerce Cross-Border), Dellacqua foi um dos embaixadores do cross-border no país, sendo responsável pela criação do Movimento Brasil Global, programa de aceleração da globalização de empresas brasileiras de varejo, tendo sido um dos pioneiros do e-commerce cross border no Brasil. Ministra cursos de MBA na Unicamp, ESPM, Faculdade Impacta e faz parte da banca de mentores do MBA de empreendedorismo da FIAP. É também um dos fundadores da Fundamentos Digitais, focada em e-commerce. Empreendedor serial do mercado digital desde 2006 e fundador de 4 empresas. Formado em Comunicação Visual pela PUC-RJ com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela FGV-SP