No dia 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes, especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce e do controle adequado da doença, que atinge mais de 16 milhões de brasileiros, segundo estimativas da Federação Internacional de Diabetes (IDF). A Sociedade Brasileira de Diabetes divulgou novas diretrizes para o rastreamento e diagnóstico do diabetes tipo 2 no país.
As atualizações, publicadas na revista Diabetology & Metabolic Syndrome, trazem mudanças relevantes. Entre elas está a redução da idade de início do rastreamento, antes recomendado a partir dos 45 anos. Agora, a triagem deve começar aos 35 anos, incluindo adultos mais jovens com fatores de risco, como excesso de peso.
De acordo com o Atlas da IDF, 45% dos adultos com diabetes desconhecem que possuem a condição. No Brasil, o índice é de cerca de 30%. O subdiagnóstico dificulta o início do tratamento e aumenta o risco de complicações graves, como doenças cardiovasculares, renais e oftalmológicas.
Tecnologia amplia a capacidade de monitoramento
O uso de inteligência artificial vem ganhando espaço em iniciativas voltadas ao acompanhamento de pessoas com diabetes. A tecnologia auxilia na análise de dados clínicos e na identificação precoce de alterações que exigem intervenção.
Na operadora de saúde MedSênior, especializada no público acima de 49 anos, sistemas baseados em IA passaram a identificar automaticamente beneficiários com exames laboratoriais fora dos padrões recomendados. A estratégia permite intervenções rápidas e personalizadas, com foco na prevenção de complicações. A operadora afirma que, em pacientes encaminhados para programas de monitoramento, complicações graves foram revertidas em até 60% dos casos acompanhados.
O sistema integra o Prime Diabetes, programa voltado a beneficiários com diabetes que já apresentavam comprometimentos em órgãos como rins e olhos. Com base na análise de dados, os pacientes são direcionados para acompanhamento intensivo e uma linha de cuidado integrada.
Segundo o superintendente de Medicina Preventiva da MedSênior, o geriatra Roni Mukamal, o objetivo é controlar a glicemia e evitar a progressão das complicações, por meio de ações que envolvem abordagem, adesão ao tratamento, análise de dados e manutenção dos resultados.
Evolução no cuidado e impactos clínicos
Entre os exemplos citados estão pacientes que, devido a lesões na retina causadas pelo descontrole glicêmico, utilizavam injeções intraoculares para preservar a visão. A operadora afirma que sensores e dispositivos de monitoramento digital foram disponibilizados sem custo adicional, permitindo acompanhamento contínuo por equipes multiprofissionais.
Com dados enviados em tempo real a médicos, enfermeiros e nutricionistas, os pacientes passaram a receber orientações personalizadas, incluindo ajustes de medicação, doses de insulina e informações sobre alimentação.
Ao longo de seis meses, as avaliações laboratoriais mostraram avanço significativo: 76% dos 496 participantes ativos no programa apresentaram hemoglobina glicada dentro das metas de controle. Já entre os pacientes que faziam uso de injeções intraoculares, 63% receberam alta do tratamento, recuperando a visão antes da evolução para um quadro irreversível.























