O Tribunal Superior de Justiça de Londres condenou, nesta sexta-feira (14), a mineradora BHP pela responsabilidade no rompimento da Barragem de Fundão, ocorrido em 2015, em Mariana (MG). A empresa anglo-australiana é acionista da Samarco, responsável pela operação da estrutura que se rompeu e provocou um dos maiores desastres ambientais do país.
A decisão afirma que o colapso da barragem era previsível e que havia sinais claros de saturação dos rejeitos, infiltrações e fissuras. Segundo o tribunal, a continuidade da elevação da barragem sem uma análise escrita adequada de estabilidade representou imprudência. O documento destaca que um teste de estabilidade poderia ter identificado fatores de risco e evitado o colapso.
O tribunal não divulgou o valor da indenização que a BHP terá de pagar. Uma nova audiência está marcada para o primeiro semestre de 2027, quando serão avaliados os danos decorrentes do desastre. A etapa seguinte, prevista para 2028, deverá definir as indenizações individuais.
Em nota, a BHP afirmou que pretende recorrer da decisão. A empresa declarou manter seu compromisso com o processo de reparação no Brasil e mencionou valores já destinados a moradores da Bacia do Rio Doce e a entidades públicas brasileiras. Segundo a mineradora, mais de 610 mil pessoas receberam algum tipo de compensação.
O rompimento da Barragem de Fundão completou dez anos em 5 de outubro. O desastre despejou toneladas de rejeitos de mineração, contaminou rios, atingiu diversas cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo e causou a morte de 19 pessoas.
Fonte//Agência Brasil.



















