Empresas de todo o país têm até dezembro para destinar parte do Imposto de Renda (IR) a projetos sociais, culturais e esportivos aprovados em leis de incentivo.
A prática, conhecida como Investimento Social Privado (ISP), permite que organizações invistam em iniciativas de impacto sem comprometer diretamente o orçamento corporativo, ao mesmo tempo em que fortalecem sua marca, ampliam o relacionamento com a comunidade e contribuem para o desenvolvimento social.
Segundo especialistas, essa destinação representa uma oportunidade estratégica para as companhias que desejam alinhar suas práticas aos princípios de ESG (ambiental, social e governança), cada vez mais relevantes no ambiente corporativo.
Após a pandemia e com a realização da COP 30, em 2025, em Belém (PA), a pauta da sustentabilidade ganhou destaque e tornou-se parte estruturante das decisões empresariais.
Sustentabilidade e desafios sociais
Nos últimos anos, empresas brasileiras têm intensificado ações voltadas à transparência, gestão e redução de impactos ambientais. No entanto, os desafios sociais — especialmente no relacionamento com comunidades do entorno — continuam sendo um dos pontos mais complexos de execução.
Especialistas destacam que o engajamento social efetivo requer planejamento estratégico, diálogo contínuo e iniciativas estruturadas capazes de gerar experiências e fortalecer Políticas públicas locais.
O uso de recursos dedutíveis do Imposto de Renda surge como alternativa para viabilizar esses projetos, especialmente quando o orçamento direto destinado à responsabilidade social é limitado.
Percentuais e áreas de destinação
A legislação permite que empresas tributadas pelo lucro real destinem até 8% do valor do Imposto de Renda devido a projetos de interesse público, conforme os seguintes limites:
- 4% para projetos culturais aprovados pela Lei Rouanet, abrangendo exposições, teatro, shows e outras manifestações artísticas;
- 2% para projetos esportivos;
- 1% para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente (FDCA);
- 1% para o Fundo do Idoso.
Há ainda outras modalidades previstas em legislações específicas, que ampliam o leque de oportunidades de investimento social via incentivos fiscais.
Exemplos de iniciativas incentivadas
Entre os projetos aptos a receber recursos, está o Bela Idade, desenvolvido pela Aflora Cultural, que oferece oficinas de protagonismo sênior, audiovisual e oratória para mulheres acima de 60 anos. O objetivo é estimular o desenvolvimento pessoal e digital, promovendo inclusão e protagonismo social por meio da comunicação e das artes.
Outra iniciativa é a exposição “Tesouros da Terra”, que aborda temas como segurança alimentar, biotecnologia e carreira. A mostra, voltada especialmente a jovens e estudantes, busca promover o diálogo sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os desafios globais da produção de alimentos — estimando que até 2050 será necessário aumentar em 60% a produção mundial para atender uma população projetada de 9,7 bilhões de pessoas.
Governança e compliance na aplicação dos recursos
A Yabá Consultoria atua na curadoria de projetos e conformidade legal de iniciativas incentivadas, auxiliando empresas na destinação de recursos com segurança e alinhamento a políticas de ESG.
A consultoria estabelece conexões entre empreendedores sociais e corporações com potencial de investimento, assegurando que os processos estejam dentro das normas de compliance e que os resultados possam ser mensurados por indicadores sociais e de governança.























