Após um encontro considerado bem-sucedido entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, na Ásia, o mercado financeiro brasileiro reagiu com otimismo. O Índice Bovespa (Ibovespa/B3) encerrou as operações desta segunda-feira (27) no maior patamar de fechamento da história, aos 146.969 pontos, com alta de 0,55%.
O desempenho foi puxado principalmente pelas ações dos grandes bancos. Os papéis do Bradesco (BBDC4) avançaram 0,83%, os do Itaú (ITSA4) subiram 0,35%, e os do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram valorização de 1,61%. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) também registraram ganho de 0,69%.
Durante o pregão, o índice chegou à máxima histórica intradiária de 147.976 pontos, consolidando o bom humor dos investidores.
Segundo Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, o resultado foi sustentado por um ambiente internacional mais favorável e pelo aumento do apetite por risco em mercados emergentes.
“O principal combustível desse movimento foi o otimismo global decorrente de sinais de que os EUA e a China estariam próximos de um entendimento que reduziria tensões comerciais. Isso fortalece o apetite por ativos de países como o Brasil”, destacou Lima.
Efeitos da diplomacia Brasil–EUA e expectativas externas
Além da aproximação entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping — que devem se encontrar na próxima quinta-feira (30) —, o mercado interno também reagiu positivamente ao avanço das negociações entre Brasil e Estados Unidos após a reunião dos dois líderes em Kuala Lumpur.
O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,37. Para analistas, a confiança mútua entre Lula e Trump em alcançar um acordo comercial benéfico para ambos os países ajudou a aliviar temores de uma nova escalada protecionista.
“O receio de um conflito comercial se aliviou, favorecendo o humor dos investidores, que enxergam uma possível reabertura ou intensificação do comércio Brasil–EUA como suporte para exportações, câmbio e lucro corporativo”, avaliou Lima.
Mercados internacionais também reagem bem
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street também fecharam em alta. O Dow Jones avançou 0,71%, enquanto o Nasdaq e o S&P 500 subiram 1,23% e 1,86%, respectivamente.
De acordo com Renan Silva, economista-chefe da Bluemetrix Asset, o sentimento positivo é reforçado por dados de inflação abaixo do esperado no país.
“A maior parte das apostas no mercado financeiro agora aponta para mais dois cortes de juros pelo Federal Reserve, o que pode gerar um fluxo positivo para a bolsa brasileira, ainda negociada com descontos significativos em dólar”, observou o especialista.



















