Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o pacote de tarifas imposto recentemente pelos Estados Unidos ao Brasil não está relacionado ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula destacou que tratou do tema diretamente com o presidente Donald Trump em uma reunião bilateral, reforçando que o processo judicial envolvendo Bolsonaro é um assunto interno e conduzido pelo Judiciário brasileiro.
“Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira”, afirmou Lula.
“Expliquei ao presidente Trump que o julgamento foi sério, baseado em provas contundentes, com amplo direito de defesa — inclusive maior do que eu tive quando fui acusado no passado.”
Lula destacou que expôs a Trump a gravidade dos atos de 8 de janeiro e a existência de planos atribuídos a aliados do ex-presidente para atentar contra sua vida, contra o vice-presidente Geraldo Alckmin e contra o ministro Alexandre de Moraes.
“Eles não foram julgados por opinião. Foram julgados por ações que colocaram a democracia em risco.”
Convite para a COP
Durante o encontro, Lula convidou Trump a participar da próxima Conferência do Clima (COP), ressaltando que o espaço é aberto a diferentes visões sobre meio ambiente e desenvolvimento.
“Convidei o presidente Trump a ir à COP e dizer o que pensa. A política internacional exige diálogo, não monólogos.”
Relação bilateral sem personalismo
Lula enfatizou que sua conversa com Trump foi conduzida em tom institucional, afastando qualquer caráter pessoal ou comparativo entre lideranças.
“Eu não faço política com ressentimento. Não converso em tom pessoal. Converso politicamente, pensando nos interesses do meu país.”
Ao comentar a posição política atual de Bolsonaro, Lula foi direto:
“Rei morto é rei posto. Com três reuniões comigo, qualquer líder estrangeiro percebe que Bolsonaro não tinha densidade política, não tinha projeto, não representava o Brasil.”
Diálogo como instrumento de soberania
Lula reforçou que o Brasil seguirá negociando a revisão do pacote tarifário, preservando o interesse nacional e a competitividade da indústria brasileira.
“O que guia o Brasil é diplomacia, soberania e responsabilidade com o futuro. E nisso, nós vamos continuar firmes.”






















