Durante o anúncio de novos investimentos do governo federal na Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso enfático sobre soberania, respeito e coragem política, citando o ex-presidente norte-americano Donald Trump como exemplo de um episódio em que o Brasil reafirmou sua autonomia nas relações internacionais.
Em tom firme e emotivo, Lula relembrou momentos de tensão diplomática com os Estados Unidos durante o governo Trump e criticou setores que, segundo ele, “queriam ver o Brasil de joelhos”.
“Quando o presidente Trump resolveu gritar com o Brasil, os ‘vira-latas’ desse país queriam que eu rastejasse atrás do governo americano. E eu aprendi com uma mãe analfabeta: não baixe a cabeça nunca. Se o pobre baixar a cabeça, colocam uma cangaia e ele nunca mais levanta”, declarou Lula, sob aplausos.
O presidente afirmou que o respeito internacional é construído pela dignidade interna de um povo:
“Ninguém respeita quem não se respeita. Se vocês quiserem ser respeitados, antes vocês se respeitem, porque quem briga conquista. Só não conquista quem não tem coragem de brigar.”
Lula contou ainda que, após o episódio de atrito, o então presidente Donald Trump telefonou para ele e propôs um diálogo direto.
“O presidente Trump, que parecia o inimigo número 1, me telefona na segunda-feira e diz pra mim: ‘Lulinha, pintou uma química entre nós. Vamos conversar, vamos discutir’. E é bom que pinte uma química mesmo”, disse o presidente, arrancando risos da plateia.
O discurso fez parte do evento de inauguração de novos investimentos federais e da megafábrica de veículos elétricos da BYD em Camaçari, marco de uma nova fase industrial na Bahia e símbolo da confiança de investidores internacionais no país.
O presidente concluiu sua fala reforçando que o Brasil precisa “andar de cabeça erguida” e que “a independência política é o primeiro passo para o desenvolvimento econômico e social”.