O Dia das Crianças deste ano promete ser mais afetivo do que consumista. Uma pesquisa da Hibou, instituto de pesquisa e insights de consumo, revelou que 49% dos brasileiros pretendem gastar menos em 2025 do que em anos anteriores. Ainda assim, a data se fortalece como um momento de conexão: 31% dos entrevistados afirmam que o feriado é “um dia para aproveitar ao lado das crianças”, um aumento de 3 pontos percentuais em relação a 2024.
Data comercial ou dia de afeto?
A percepção sobre o Dia das Crianças está mudando. Em 2024, 45% o viam como “só mais uma data comercial”; agora, esse número caiu para 36%.
Já o grupo que associa o dia a um momento de convivência familiar cresceu de 28% para 31%. Outros 15% enxergam a data como algo simbólico e afetivo, enquanto 7% a associam à saudade da infância e 5% a uma chance de “voltar a ser criança”.
A tela dos baixinhos: YouTube e TikTok dominam o entretenimento infantil
As plataformas digitais continuam sendo parte essencial do cotidiano infantil. O YouTube é o líder isolado, acessado por 54% das crianças (ante 42% em 2024), seguido pelo TikTok, que subiu para 41%. Netflix e Disney+ aparecem com 26% cada, enquanto WhatsApp (25%) e Instagram (24%) mantêm relevância. Jogos como Roblox (15%) e Minecraft (12%) também se destacam.
“A influência do universo digital na infância é inegável. Plataformas como YouTube e TikTok criam um ecossistema onde influenciadores ditam tendências e moldam os desejos das crianças”, afirma Lígia Mello, CSO da Hibou.
De Luccas Neto a Ana Castela: os novos ídolos infantis
A influência digital reflete diretamente nos ídolos da nova geração. Segundo o levantamento, 49% dos adultos dizem que as crianças que conhecem seguem influenciadores. Luccas Neto (17%) e Felipe Neto (12%) continuam entre os mais populares, enquanto Ana Castela surge com força, saltando de 2% para 6%, empatando com Enaldinho.
Também aparecem entre os favoritos Turma da Bagunça (6%), Emily Vick (4%), Gato Galáctico (4%) e Maria Clara & JP (3%).
Os personagens mais amados
Entre os personagens preferidos das crianças, Stitch lidera com 18%, seguido por Homem-Aranha (8%) e Patrulha Canina (8%). A Turma da Mônica aparece com 5%, mostrando a permanência dos clássicos brasileiros.
Além disso, 44% dos adultos afirmam que os pequenos escolhem produtos baseados em seus personagens favoritos — de roupas a materiais escolares.
Crianças mais conectadas, curiosas e conscientes
O estudo também traçou o perfil das crianças brasileiras: 45% ficariam mais tempo jogando online se pudessem e 35% são consideradas mais questionadoras do que gerações anteriores.
Além disso, 32% aprendem um novo idioma desde cedo, 26% têm contato frequente com a natureza e 21% mantêm o hábito da leitura.
Dentro de casa, as crianças também exercem influência: 15% interferem nas escolhas alimentares, 15% demonstram preocupação ambiental e 14% trazem novos temas para o debate familiar.
“As crianças formam opinião, influenciam decisões e têm uma relação ativa com marcas e hábitos domésticos”, observa Lígia Mello.
Como os brasileiros pretendem comemorar
Mesmo com orçamentos mais restritos, as famílias planejam celebrar. As comemorações em casa cresceram de 8% em 2024 para 14% em 2025, seguidas de idas ao parque (10%) e visitas a familiares (8%). Durante o feriado, 71% dos lares terão a TV ligada, com preferência por Netflix (45%), YouTube (36%) e Disney+ (31%).
Quem vai ganhar presente
Os sobrinhos lideram a lista de presenteados (49%), seguidos pelos filhos (32%), afilhados (20%) e netos (19%). Metade dos adultos acredita que a idade ideal para ganhar presentes vai até os 10 anos, mas 21% defendem que “todo mundo tem uma criança dentro de si”.
O que define o presente ideal
Para 70% dos brasileiros, o melhor presente é “algo que a criança realmente goste”. O aspecto educativo é valorizado por 24%, e 23% afirmam que “estar junto é o maior presente”.
Os brinquedos ainda são os itens mais comprados (42%), seguidos por experiências como passeios (32%), jogos educativos (31%), roupas (30%) e livros (26%). Outras opções populares incluem sorvetes (32%), doces (26%) e ingressos para cinema (24%).
“O presente está deixando de ser apenas um objeto e se tornando uma experiência. As famílias querem viver momentos juntos, e esse é o novo valor da data”, destaca a executiva da Hibou.
Orçamento apertado: maioria vai gastar até R$ 250
O estudo mostra que 49% dos entrevistados consideram o orçamento mais apertado neste ano, e 78% pretendem gastar até R$ 250 com os presentes. Outros 18% planejam desembolsar entre R$ 250 e R$ 500, enquanto apenas 3% ultrapassarão esse valor.
Mesmo com cautela financeira, o Dia das Crianças de 2025 se consolida como um símbolo de afeto e convivência familiar — um momento em que o tempo compartilhado vale mais do que o preço do presente.