O jornal norte-americano The Washington Post publicou nesta quinta-feira (17) que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está atuando nos bastidores para pressionar o governo de Donald Trump a adotar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Se levadas adiante, as sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ampliariam significativamente a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos — as duas maiores nações do Hemisfério Ocidental. A tensão ganhou força na última semana, quando Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida como resposta à suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a reportagem, baseada em informações obtidas com quatro fontes distintas — incluindo duas ligadas ao governo dos EUA — Eduardo Bolsonaro teria entregue ou promovido um documento formal solicitando a aplicação de medidas punitivas contra o magistrado brasileiro. As informações indicam que o texto circulou entre autoridades americanas, mas não foi inicialmente bem recebido pelo Tesouro dos EUA.
Procurados para comentar o assunto, tanto a Casa Branca quanto o Departamento de Estado encaminharam o Washington Post às declarações do secretário de Estado, Marco Rubio, feitas durante uma audiência no Congresso em 21 de maio. Questionado sobre a possibilidade de o governo americano impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, Rubio afirmou:
“Isso está sendo analisado neste momento, e há uma grande, grande possibilidade de que isso venha a acontecer.”
A matéria afirma que as sanções poderiam ser enquadradas dentro da chamada Lei Magnitsky, legislação que permite ao governo norte-americano punir estrangeiros acusados de violar direitos humanos ou envolver-se em corrupção significativa, incluindo congelamento de bens e restrições de visto.
No entanto, nas últimas semanas, o Office of Foreign Assets Control (OFAC) — órgão do Departamento do Tesouro responsável pela implementação de sanções — teria demonstrado resistência à adoção das medidas sugeridas, segundo o jornal.
A movimentação de Eduardo Bolsonaro ocorre em meio ao agravamento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, impulsionadas por recentes declarações de Lula e Trump, tarifas comerciais e disputas ideológicas que ganharam dimensão internacional.
Até o momento, não houve pronunciamento oficial por parte do Supremo Tribunal Federal, do governo brasileiro ou do Tesouro dos EUA sobre o conteúdo da reportagem.