A Venezuela deu início, neste mês de outubro, às celebrações natalinas. O anúncio da antecipação foi feito em setembro pelo presidente Nicolás Maduro, que afirmou que a medida tem como objetivo “defender a felicidade” da população.
Segundo Maduro, a decisão busca estimular a economia e reforçar a união social: “Como nosso povo está constantemente em busca de sua felicidade e da atividade econômica, comercial e cultural, queremos que eles se unam e se fortaleçam; vamos aplicar a mesma fórmula de outros anos, que funcionou muito bem para a economia, a cultura e a felicidade”, declarou.
A prática de adiantar o calendário natalino foi adotada pela primeira vez em 2013, quando o país atravessava uma grave crise econômica e escassez de produtos. Naquele momento, o governo antecipou feiras que ofereciam presentes e itens da ceia de fim de ano. Desde então, a medida tem sido repetida em diferentes ocasiões, inclusive em 2024. No ano passado, líderes da Igreja Católica criticaram a iniciativa, afirmando que a data não deveria ser utilizada com fins políticos ou de propaganda, lembrando que a celebração é definida pelo calendário religioso.
No anúncio de 2025, Maduro reforçou o tom festivo: “Com alegria, comércio, atividade, cultura, canções natalinas e gaitas de fole. Esta é a maneira de defender a felicidade, o direito à felicidade, o direito à alegria”.
Contexto geopolítico
A antecipação das festividades acontece em meio ao aumento das tensões entre Caracas e Washington. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o deslocamento de tropas para áreas próximas ao território venezuelano, e recentemente forças norte-americanas atacaram embarcações da Venezuela no Mar do Caribe.
Em resposta, Maduro anunciou o treinamento de milhares de milicianos e afirmou, em rede nacional, que está pronto para decretar estado de emergência caso considere que o país esteja sob ameaça. “A medida visa proteger o povo, a paz e a estabilidade, caso a Venezuela seja atacada pelo império dos EUA”, declarou.
Os Estados Unidos acusam Maduro de envolvimento com o narcotráfico — acusação que ele nega — e, em meio ao agravamento da crise diplomática, o governo norte-americano dobrou a recompensa por informações que levem à sua prisão, agora fixada em US$ 50 milhões.