O Dia Mundial de Conscientização do AVC, celebrado em 29 de outubro, ganhou um destaque especial na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Uma iniciativa desenvolvida por uma estudante da instituição vem chamando atenção ao unir ciência e Tecnologia em prol da prevenção e do salvamento de vidas, mostrando como a Inteligência Artificial pode ser uma poderosa aliada na saúde.
A estudante universitária do curso de fisioterapia e pesquisadora da instituição, Milena Angel, está desenvolvendo um aplicativo que utiliza Inteligência Artificial (IA) para identificar precocemente os sinais de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e encorajar a busca imediata por atendimento médico especializado o mais rápido possível.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o AVC é a segunda principal causa de morte no mundo e a maior causa de incapacidade permanente. A cada ano, 12 milhões de pessoas sofrem um AVC, 7 milhões morrem e cerca de 94 milhões vivem com sequelas. Estima-se que uma em cada quatro pessoas terá um AVC ao longo da vida.
“Esse trabalho tem um significado imenso pra mim. É a esperança de transformar medo em recomeço e conhecimento em vida. Reconhecer o AVC precocemente é dar uma nova chance ao tempo, à vida e às histórias que ainda podem continuar”, afirma a estudante.
Tecnologia que transforma segundos em esperança
O aplicativo em desenvolvimento usa reconhecimento facial e algoritmos de IA para identificar três sintomas principais do AVC:
- Assimetria facial (desvio de boca)
 - Hemiparesia (fraqueza de um dos lados do corpo)
 - Afasia (dificuldade na fala)
 
Com base nas imagens captadas, o sistema analisa os sinais e gera um alerta para que o usuário busque socorro imediato. O objetivo é reduzir o intervalo entre o aparecimento dos sintomas e a chegada ao hospital, fator determinante para o tratamento eficaz e a reversão de sequelas.
Embora o aplicativo não substitua a avaliação médica, ele funciona como um aliado estratégico para o reconhecimento rápido dos sintomas visuais, especialmente em locais onde o atendimento pode demorar ou ser de difícil acesso.

Pesquisa orientada por especialistas da UFTM
O projeto é orientado pelo professor e doutor em neurologia Gustavo Luvizutto, do curso de Fisioterapia da UFTM.
“A ideia é criar uma ferramenta simples e acessível que facilite o reconhecimento dos sintomas pelo familiar ou por pessoas leigas. No AVC, cada minuto conta”, destaca o neurologista.
O professor Luciano Oliveira, que também faz parte do projeto, e é doutor em Clínica Médica com ênfase em Cardiologia e docente de Fisioterapia Cardiorrespiratória, reforça o papel da inovação:
“Unir tecnologia e saúde é essencial. A Inteligência Artificial pode caminhar lado a lado com a medicina, principalmente em contextos de difícil acesso. Cada minuto economizado é uma vida que pode ser salva.”
Do laboratório à conscientização pública
Além do desenvolvimento técnico, a estudante também lançou um vídeo socioeducativo em suas redes sociais, com o objetivo de ampliar a conscientização sobre os sinais do AVC e incentivar a ação imediata em situações de emergência.
O projeto integra o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da pesquisadora e reforça o compromisso da UFTM em unir ciência, inovação e impacto social. A expectativa é que, em breve, o aplicativo se torne uma ferramenta gratuita e acessível à população, contribuindo para reduzir mortes e sequelas causadas pelo AVC.
Sobre o AVC
- Causa: Interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro (AVC isquêmico) ou rompimento de vaso cerebral (AVC hemorrágico).
 - Principais sintomas: Dificuldade para falar, fraqueza em um dos lados do corpo e desvio facial.
 - Ação imediata: Diante de qualquer suspeita, procure atendimento médico urgente. No AVC, cada minuto pode mudar uma vida.
 
















