Com a crescente popularização das inteligências artificiais generativas, como ChatGPT, Gemini e Copilot, empresas de diferentes setores têm investido em sistemas próprios de IA.
O movimento busca não apenas inovação, mas também reforçar a segurança de dados, garantir privacidade, atender exigências regulatórias e adaptar a Tecnologia às particularidades de cada segmento.
Um dos exemplos é a Lundbeck Brasil, farmacêutica internacional especializada em doenças do cérebro, que está em fase de desenvolvimento de uma IA generativa personalizada. A solução será usada nas áreas de negócios, comunicação e treinamento, com foco em atender às normas de compliance da companhia.
Segundo o CEO da empresa, Josiel Florenzano, a iniciativa é estratégica.
“Por atuarmos em um setor altamente regulado, é essencial garantir que qualquer tecnologia utilizada respeite nossos padrões éticos e as legislações locais e internacionais de proteção de dados. O desenvolvimento de uma IA própria garante isso e, ao mesmo tempo, abre um caminho promissor para a inovação no nosso dia a dia corporativo”, afirma.
Assistente digital Soma
A empresa já apresenta resultados com a Soma, assistente digital criada para atender às demandas internas. A ferramenta foi projetada para apoiar colaboradores em consultas a políticas, elaboração de documentos estratégicos e processos administrativos.
De acordo com a farmacêutica, a adoção da ferramenta contribui para simplificar rotinas, aumentar a autonomia das equipes e fortalecer a cultura de inovação.
Tendência global
A criação de inteligências artificiais sob medida tem se consolidado como tendência entre grandes corporações.
Para Leandro Varges, diretor de marketing da Agência A+ e especialista em IA, o movimento é uma resposta às preocupações relacionadas ao uso de plataformas abertas.
“Enquanto a IA generativa revoluciona setores ao produzir textos, imagens, códigos e previsões, crescem também as preocupações com o vazamento de dados confidenciais, o uso indevido de informações e a dificuldade dessas plataformas em compreender contextos específicos de cada empresa. Nesse cenário, soluções sob medida surgem como alternativa estratégica: além de garantir maior controle, permitem configurar a IA com linguagem, terminologias e diretrizes próprias de cada negócio, oferecendo respostas mais assertivas e alinhadas às necessidades da organização”, explica.
Especialistas destacam que, embora ferramentas abertas sigam em expansão, o desenvolvimento de sistemas próprios tende a crescer nos próximos anos, impulsionado pela busca por segurança, eficiência e personalização.