Um novo levantamento do Boston Consulting Group (BCG) revela que a Tecnologia representa um dos principais centros de custo das instituições financeiras. De acordo com o estudo Tech in Banking 2025: Transformation Starts with Smarter Tech Investment, os bancos destinam, em média, mais de 10% de suas receitas a investimentos em tecnologia. Desse total, cerca de 60% são consumidos por atividades de manutenção de sistemas e infraestrutura já existentes, conhecidas no setor como “run the bank” (RTB).
Gastos com TI devem crescer acima da inflação global
O relatório projeta que os gastos globais dos bancos com tecnologia da informação (TI) continuarão crescendo a uma taxa média anual de 9% nos próximos anos, ritmo superior à inflação global estimada para o período. Segundo o BCG, esse cenário evidencia uma oportunidade para redirecionar parte desses investimentos para iniciativas de transformação estrutural, classificadas como “change the bank” (CTB), voltadas à inovação e ao crescimento de longo prazo.
Falta de visibilidade sobre o retorno dos investimentos
A consultoria destaca que a falta de visibilidade sobre o retorno dos investimentos em tecnologia ainda é um desafio recorrente nas instituições financeiras. Para o BCG, a integração entre as áreas de tecnologia e negócios é essencial para garantir que os recursos aplicados estejam alinhados às prioridades estratégicas das organizações.
Três frentes críticas para o crescimento sustentável
O estudo aponta três frentes consideradas críticas para que os bancos avancem em direção a um crescimento sustentável: a simplificação das operações e a otimização dos gastos tecnológicos; o fortalecimento da resiliência do negócio diante das exigências regulatórias; e o desenvolvimento das capacidades tecnológicas, com ênfase em gestão de dados, formação de talentos e modernização da arquitetura de TI.
Gestão de dados ainda é desafio para a maioria dos bancos
No campo da gestão de dados, o levantamento indica que apenas 20% dos bancos lidam de forma consistente tanto com dados estruturados quanto não estruturados. Além disso, somente cerca de 10% das instituições possuem dados facilmente utilizáveis pelas áreas de negócio. Diante desse cenário, o BCG recomenda que os dados passem a ser tratados como ativos estratégicos e aponta o potencial da inteligência artificial generativa para aprimorar a qualidade e a rastreabilidade das informações.
Arquitetura tecnológica baseada em serviços ganha espaço
Em relação à arquitetura tecnológica, a consultoria sugere a adoção de modelos baseados em serviços padronizados, modulares e sob demanda. Essa abordagem pode contribuir para a redução da complexidade operacional, maior transparência de custos e maior agilidade no desenvolvimento e lançamento de produtos digitais.
Transformação tecnológica exige alinhamento estratégico
O relatório conclui que a transformação tecnológica no setor bancário depende de uma atuação coordenada entre lideranças de negócio e de tecnologia, com objetivos estratégicos compartilhados. Segundo o BCG, instituições que avançam nesse processo tendem a obter ganhos de eficiência, maior resiliência operacional e melhor posicionamento competitivo em mercados cada vez mais disputados.




















