O período de fim de ano concentra grandes oportunidades de compra, mas também eleva significativamente o risco de golpes digitais. Durante a Black Friday, criminosos intensificam ataques como phishing, criação de sites falsos e promoções fraudulentas para capturar dados pessoais e financeiros de consumidores.
Com a popularização de tecnologias avançadas e do uso de inteligência artificial (IA), esses golpes se tornaram mais sofisticados. Uma pesquisa do Reclame AQUI revela que 63% dos entrevistados afirmam não conseguir identificar fraudes produzidas com IA, e 20% já foram vítimas em edições anteriores da Black Friday.
Para 2025, além do preço (76%), consumidores destacam como fatores importantes a reputação da marca (34%), a segurança contra golpes (33%) e avaliações de outros clientes (25%).
Riscos corporativos aumentam com uso indevido de dispositivos de trabalho
Nas empresas, as ameaças podem ser ainda mais graves. O uso de e-mails corporativos, notebooks e redes internas para compras pessoais amplia a exposição a ataques como ransomware e vazamento de dados.
“A segurança corporativa depende de cada colaborador. Um acesso indevido pode comprometer toda a organização”, afirma Jardel Torres, diretor comercial da OSTEC. Segundo ele, cuidados simples — como verificar se o site é oficial, evitar links desconhecidos e não utilizar dispositivos corporativos para fins pessoais — reduzem significativamente os riscos.
Medidas simples podem evitar fraudes
A adoção de práticas preventivas é a forma mais eficaz de se proteger. Entre as orientações, especialistas destacam evitar links enviados por mensagens, desconfiar de ofertas urgentes e confirmar solicitações de pagamento por meio de outros canais.
Instituições financeiras também têm papel essencial na proteção. “A análise contextual do risco, baseada no comportamento do usuário e no tipo de dispositivo, é decisiva para evitar prejuízos”, explica Rafaela Helbing, CEO da Data Rudder. A empresa recomenda autenticação em duas etapas, senhas robustas e acompanhamento constante das movimentações bancárias.
Como identificar sites falsos durante a Black Friday
Golpistas costumam criar páginas que imitam grandes varejistas para enganar consumidores. Pequenos detalhes ajudam a identificar essas falsificações.
“Erros de ortografia, logotipos desalinhados e imagens de baixa qualidade são indícios comuns”, afirma Guilherme Ferreira, CEO da Atomsix. Ele alerta também para o excesso de pop-ups ou banners intrusivos. Verificar o uso de “https”, a presença do cadeado de segurança e a existência de páginas institucionais completas são práticas recomendadas.
Tráfego elevado aumenta risco de ataques às plataformas digitais
Com o aumento do tráfego online na Black Friday, cresce também o risco de incidentes de cibersegurança. “Entre novembro e dezembro observamos maior volume de ataques, que tentam explorar falhas ou aproveitar a sobrecarga dos sistemas”, explica Matheus Castanho, especialista técnico da Huge Networks.
Auditorias prévias, revisão de permissões e monitoramento em tempo real são medidas recomendadas para mitigar riscos durante o período.
Tecnologia ajuda varejistas a reduzir vulnerabilidades
Para o varejo, soluções tecnológicas atualizadas são essenciais para garantir segurança em meio a ataques sofisticados. Segundo Bernardo Rachadel, diretor de Varejo da Zucchetti Brasil, plataformas certificadas, sistemas em nuvem e soluções de pagamento integradas reduzem significativamente vulnerabilidades.
Soluções modernas oferecem criptografia avançada, detecção de comportamento suspeito e atualizações automáticas. “A camada de segurança precisa evoluir na mesma velocidade das ameaças”, afirma o executivo.
Operadoras de crédito reforçam monitoramento com uso de IA
O setor de crédito também intensifica o monitoramento durante a Black Friday. Segundo Alexandre Oliveira, gerente de Segurança da Informação da RPE, o aumento de novos consumidores e a mudança de comportamento dos clientes exigem maior vigilância.
A inteligência artificial tem desempenhado papel importante nesse processo. “A IA ajuda a identificar comportamentos suspeitos em grandes volumes de dados, permitindo antecipar ataques antes que se concretizem”, diz Oliveira.























