O aeroporto internacional de Munique foi obrigado a suspender suas operações por quase sete horas na noite de quinta-feira (2), após múltiplos relatos de drones próximos ao espaço aéreo da instalação. O caso soma-se a uma série de incidentes semelhantes que têm afetado aeroportos em diferentes países da Europa.
De acordo com nota oficial, 17 voos foram cancelados pouco depois das 22h (horário local), impactando aproximadamente 3 mil passageiros. Outros 15 voos de chegada precisaram ser desviados para Stuttgart, Nuremberg e Frankfurt, na Alemanha, além de Viena, na Áustria.
Dados do site de rastreamento Flightradar mostraram aeronaves sobrevoando a região de Munique por volta das 23h, antes de seguir para aeroportos alternativos.
O terminal retomou suas operações às 5h da manhã desta sexta-feira, quando autoridades consideraram seguro liberar pousos e decolagens. O primeiro voo autorizado a aterrissar foi um Lufthansa proveniente de Bangcoc, previsto para 5h25.
O aeroporto bávaro, que movimentou quase 20 milhões de passageiros no primeiro semestre deste ano, é um dos principais hubs da companhia Lufthansa. A aérea alemã confirmou que 19 de seus voos foram cancelados ou redirecionados, incluindo três rotas de longa distância para a Ásia que deverão ser reprogramadas. A empresa informou que ofereceu assistência aos passageiros com alimentos, bebidas e cobertores.
Crescente preocupação com drones na Europa
O episódio em Munique ocorre após semanas de interrupções em aeroportos de Dinamarca e Noruega, também por avistamentos de drones. Milhares de passageiros foram afetados, levando Copenhague a banir voos civis de drones em seu espaço aéreo na preparação para uma cúpula europeia sobre apoio à Ucrânia e segurança regional.
Líderes da União Europeia discutem a implementação de uma “muralha de drones”, uma rede de sistemas de detecção e interceptação para reforçar a proteção do espaço aéreo do continente.
A tensão aumenta diante de supostas incursões de drones russos em áreas da Polônia e da Romênia, além da violação do espaço aéreo da Estônia por caças de Moscou.
O primeiro-ministro dinamarquês, Mette Frederiksen, afirmou que não há provas definitivas sobre os responsáveis pelos voos não autorizados, mas destacou: “Podemos concluir que há um país que representa hoje a maior ameaça à segurança europeia – e esse país é a Rússia”.
O Kremlin, por sua vez, negou envolvimento nos incidentes, assim como nas acusações de violações aéreas.
Repercussão internacional
Durante um evento televisionado, o presidente Vladimir Putin ironizou as acusações ocidentais de que drones russos estariam por trás dos incidentes, classificando-as como tentativas da OTAN de justificar aumento de gastos militares. Ainda assim, fez uma advertência: “Estamos observando atentamente a crescente militarização da Europa. Nossas contramedidas não demorarão”.
Contexto local
Munique, cidade histórica com mais de 1 milhão de habitantes, já vivia clima de alerta. Dias antes, a tradicional Oktoberfest chegou a ser suspensa temporariamente devido a uma ameaça de bomba, intensificando a sensação de insegurança entre moradores e turistas.
A situação segue em monitoramento pelas autoridades de segurança da Baviera e pela polícia federal alemã. Este é um caso em desenvolvimento e novas atualizações serão divulgadas.