A queda do dólar registrada na última semana é resultado de uma leitura de mercado de que o tom do recém-empossado presidente Donald Trump em relação a uma possível guerra comercial com a China veio mais “ameno” que se imaginava, o que, por sua vez, tem efeitos no fluxo de recursos para países emergentes (caso do Brasil) com menor pressão sobre a moeda americana.
Na última quarta-feira, 22, o dólar, voltou, pela primeira vez, a um patamar inferior a R$ 6, fechando o dia a R$ 5,94. Na última sexta, a cotação de fechamento foi de R$ 5,94.
O diretor da mesa de Câmbio da Planner Investimentos, Douglas Ferreira, avalia que o mercado reagiu positivamente a declarações recentes de Trump em relação à disposição de dialogar com o líder chinês, Xi Jinping, para um possível acordo comercial.
“Um dos pontos que chama a atenção foi que ele disse que iria taxar as importações da China e manifestou o interesse de conversar com o presidente chinês para um possível acordo. O mercado interpretou isso de forma positiva e o fluxo financeiro nos países emergentes, como é o nosso caso, voltou a acontecer com mais intensidade”.
Apesar do alívio momentâneo, Douglas destaca que o cenário ainda apresenta incertezas, tanto externas quanto internas e, diante disso, fica difícil prever se o dólar abaixo de R$ 6 veio para ficar. “A permanência desse recuo da moeda americana é questionável, especialmente considerando os desafios fiscais do Brasil, que continuam sendo um fator de atenção para investidores”, avalia.