Chicago, EUA – As recentes elevações nas tarifas de importação impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos chineses têm causado fortes impactos em empresas americanas que dependem da fabricação no país asiático.
É o caso da Learning Resources, empresa familiar da região de Chicago especializada em brinquedos educativos, que agora enfrenta um cenário financeiro considerado crítico por seu executivo-chefe.
Plano de contingência se mostrou insuficiente
Rick Woldenberg, CEO da empresa, afirmou ter se preparado inicialmente para um cenário de aumento tarifário de até 40%, após o governo do então presidente Donald Trump anunciar uma taxa de 20% sobre importações chinesas.
“Achei que estava sendo prudente ao montar um plano para resistir até uma tarifa de 40%”, explicou Woldenberg. “Era um aumento de custos difícil de absorver, mas ainda administrável com um reajuste modesto nos preços.”
Escalada das tarifas surpreende empresários
No entanto, as tensões comerciais entre Estados Unidos e China se intensificaram rapidamente. As tarifas foram elevadas para 54% como resposta a alegações do governo americano de práticas comerciais desleais por parte da China.
A situação se agravou ainda mais quando, em retaliação às medidas chinesas, as tarifas foram novamente aumentadas, desta vez para 145%.
Impacto financeiro ameaça a sobrevivência do negócio
Com isso, a estimativa de custos com tarifas da Learning Resources saltou de US$ 2,3 milhões em 2024 para US$ 100,2 milhões projetados para 2025. “É uma cifra que ameaça a sobrevivência da empresa”, afirmou Woldenberg, que classificou a situação como “quase apocalíptica”.
Quatro décadas de produção na China
A Learning Resources fabrica seus produtos na China há mais de 40 anos. O caso ilustra os desafios enfrentados por pequenas e médias empresas americanas que, apesar de sua dependência de cadeias globais de produção, foram fortemente afetadas pelas políticas comerciais adotadas na última década.