O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deram início a uma missão internacional para atrair investidores para o projeto do túnel Santos-Guarujá, uma das principais iniciativas do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com um custo estimado em R$ 6 bilhões, a travessia submersa será leiloada no dia 1º de agosto.
A agenda da delegação inclui reuniões com grandes empresas do setor de infraestrutura em cidades como Lisboa, Amsterdã e Berlim. O foco é apresentar o potencial de retorno do projeto, que será desenvolvido através de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre os governos federal e estadual.
Na primeira etapa da missão, realizada em 21 de agosto, Silvio Costa Filho encontrou-se com altos executivos da construtora portuguesa Mota-Engil, que já possui experiência no Brasil com obras como o VLT de Salvador. O CEO da empresa, Carlos Mota, expressou interesse em participar do projeto. A Mota-Engil é parcialmente controlada pela China Communications Construction Company, que também tem um portfólio robusto em grandes obras de infraestrutura, incluindo a ponte Hong Kong–Zhuhai–Macau, que possui 55 quilômetros, com segmentos submersos.
A partir de 22 de agosto, o governador Tarcísio se unirá à delegação para visitas técnicas e reuniões na Holanda. A programação inclui encontros com a Ballast Nedam e a TEC Tunnel, empresas especializadas em túneis imersos. A missão se encerrará na Alemanha, onde haverá uma visita ao complexo projeto do túnel Fehmarnbelt, com 18 quilômetros de extensão entre Dinamarca e Alemanha, considerado uma das obras de infraestrutura mais desafiadoras da Europa.
Atualmente, pelo menos quatro consórcios mostraram interesse em participar do leilão do túnel Santos-Guarujá. O projeto prevê uma travessia de 1,5 quilômetro, sendo 870 metros submersos, com três faixas em cada sentido, uma delas destinada a VLTs, além de passagens para pedestres e ciclistas. A travessia atualmente realizada por balsas atende cerca de 28 mil pessoas diariamente e movimenta aproximadamente 14 mil veículos, destacando-se como a maior operação do tipo no mundo.
O contrato estimado para a concessão do túnel é de R$ 5,78 bilhões, com duração de 30 anos. O critério para seleção do vencedor será o maior desconto em relação à contraprestação pública máxima, que está fixada em R$ 304 milhões anuais, valor a ser dividido entre a União e o Estado de São Paulo. O consórcio vencedor terá um prazo de até 60 meses para concluir as obras a partir do início da concessão, com a expectativa de que o túnel não apenas melhore a logística da região portuária, mas também sirva como um novo símbolo de integração entre as esferas federal e estadual, além de estimular a atração de investimentos estrangeiros.