O planejamento financeiro é um instrumento essencial para garantir estabilidade, não só momentânea, mas para os desafios subsequentes. Uma prova da efetividade deste método é que, de acordo com uma pesquisa da Planejar (Associação Brasileira do Planejamento Financeiro), o número de brasileiros que fazem um planejamento financeiro subiu 14% em 2023, comparado ao ano anterior.
Realizar a organização das finanças no início do ano possui uma vantagem ainda mais significativa: o efeito psicológico de renovação, que facilita o foco em objetivos de médio e longo prazo. Além disso, as primeiras semanas de janeiro trazem despesas significativas, como impostos e matrículas escolares, exigindo controle para não comprometer o orçamento.
“Ter um planejamento financeiro bem estruturado logo no início do ano não só reduz o impacto de despesas sazonais no orçamento, como também permite maior previsibilidade e tranquilidade ao longo dos meses seguintes. A reserva de emergência e o controle das metas são pontos fundamentais para evitar endividamento e grandes riscos em momentos de incerteza econômica”, afirma Renato Ormeni, consultor de investimentos da MZM Wealth.
Dicas para garantir o controle
1. Impostos
Na hora de pagar impostos, como Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o desconto para quitação antecipada pode ser interessante, mas nem sempre é a melhor escolha.
“O ideal é avaliar se o retorno financeiro de possíveis investimentos supera o benefício do abatimento. Para quem prefere parcelar, a decisão pode ser mais adequada para aqueles com renda fixa mensal, enquanto profissionais liberais, com fluxo de caixa variável, podem optar por pagamento em cota única. Em ambos os casos, respeitar os prazos de vencimento é crucial para evitar juros e multas”, menciona Ormeni.
2. Custos com educação
Segundo um estudo do Grupo Rabbit, especializado no setor educacional, as mensalidades escolares de 2025 devem registrar aumentos entre 8% e 10%, um reajuste que ultrapassa em mais de cinco pontos percentuais a inflação prevista para o ano, estimada em 4,39%, conforme o último Boletim Focus do Banco Central.
“Esse cenário destaca a importância de negociar diretamente com as instituições de ensino e planejar essas despesas de forma antecipada, integrando-as ao orçamento anual para reduzir surpresas ao longo do ano”, lembra o especialista.
3. O planejamento não exclui a análise
Um bom planejamento financeiro começa com a análise detalhada das finanças pessoais. Isso inclui mapear receitas, despesas fixas e variáveis, além de dívidas e patrimônio. Como comenta Ormeni: “Esse diagnóstico é essencial para identificar oportunidades de ajuste, como reduzir gastos desnecessários ou definir limites para cada categoria. Depois disso, estabelecer metas realistas – de curto, médio e longo prazo – ajuda a manter o foco e a motivação”.
4. Reserva financeira
Ter uma reserva financeira não é questão de se adiantar a possíveis acontecimentos. Ela se trata de uma segurança e do conforto de saber que, caso um imprevisto aconteça, será possível revertê-lo facilmente.
“Além do bem-estar de saber que se tem um dinheiro guardado, após consolidar essa reserva, é possível aplicar investimentos em ativos de baixo risco, como títulos de renda fixa, e posteriormente explorar opções mais avançadas à medida que o patrimônio cresce”, adiciona o especialista.
5. Monitore!
Manter o controle do orçamento requer disciplina e monitoramento constante. Usar planilhas ou aplicativos de fluxo de caixa ajuda a comparar o orçamento planejado com o realizado, permitindo ajustes quando necessário. “Imprevistos fazem parte do processo e ajustes no plano são não apenas normais, mas esperados”, explica.
Como dica adicional, o Ormeni reforça que contar com ajuda profissional pode ser um diferencial ao alinhar as metas financeiras com as melhores práticas do mercado. “Pode não parecer, mas organizar o dinheiro cronologicamente já é um grande passo rumo a um futuro vistuoso. A educação financeira é essencial tanto para pessoas físicas quanto para empresas, ajudando a minimizar riscos, aproveitar oportunidades e alcançar mais segurança e prosperidade no ano de 2025. Caso chegar a essa expansão do conhecimento seja difícil, contar com o suporte de quem entende é a melhor estratégia”.