Um assunto recorrente nos noticiários ultimamente são os golpes com Pix, a nova forma de pagamento fácil e prática permitida há um bom tempo pelo Banco Central (BC).
Exatamente por ser tão simples de se realizar, a transferência via Pix se tornou arma para muitos bandidos, as chamadas “Quadrilhas do Pix”, obterem lucro com sequestros relâmpagos e fraudes monetárias.
Apesar de o serviço em si ser bastante seguro, vivemos em um país altamente violento.
Por conta disso, o BC introduziu algumas regras para a ferramenta de transferências, que passaram a valer a partir do primeiro dia deste mês de outubro.
O Pix já vem sendo utilizado como forma de pagamento alternativa em diversos lugares, desde os estabelecimentos físicos aos sites de varejo e serviços.
Há até mesmo casas de apostas que aceitam pix, o que dá mais uma camada de segurança para a experiência dos fãs de jogatina, também permitindo que eles façam a sua fezinha com bastante facilidade.
Muitos desses sites também oferecem bônus para novos usuários e várias opções de saques.
Por que as mudanças foram necessárias?
A resolução que dita as mudanças no Pix foi aprovada em agosto. Naquele período, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, comentou que a quantidade de golpes cresceu, acompanhando o fim da quarentena e reabertura de bares e restaurantes.
Na ocasião, ele disse: “Quando alguém faz o Pix a uma outra pessoa, para obter o recurso ela precisa de uma conta. Pode ser para uma conta laranja, e temos feito medidas para fazer com que as contas laranjas não aconteçam, ou da própria pessoa. Se for da pessoa, a gente tem os dados de quem fez o crime”.
Houve também um aumento impressionante no número de roubos com receptação e sequestros-relâmpago.
Em São Paulo, por exemplo, houve um crescimento de mais de 39% nos casos, número relatado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Segundo o líder de inovações financeiras da Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central, Rodrigoh Henriques, “do ponto de vista tecnológico não existe nada mais seguro do que o Pix.
As medidas do Banco Central foram para garantir o outro lado da segurança, ligada aos chamados ataques de engenharia social e segurança pública.
A engenharia social é usada quando, por exemplo, alguém manda um boleto se passando pela empresa de telefonia do cliente e desviando esse dinheiro para ela.
Os roubos e sequestros-relâmpago são questões sérias de segurança pública. As mudanças feitas no Pix melhoram a segurança nestes dois pontos”.
Mudanças
A principal e mais radical mudança implementada foi o novo limite de transferência, tanto para pessoas físicas quanto para microempreendedores individuais (MEIs).
Agora, só é possível transferir R$1 mil, seja via Pix, TED, compras em cartões de débito, ou até mesmo entre contas do mesmo banco.
Esse limite é automático, mas cada usuário pode solicitar uma alteração para mais ou para menos deste número, ou cadastrar contas que possam receber acima desse valor previamente estipulado.
De acordo com o BC, “o limite de R$ 1.000 se aplica para pagamentos de um mesmo arranjo de pagamento entre pessoas físicas no período noturno, ou seja, em que pagador e recebedor sejam PFs [pessoas físicas], assim, não há que se falar em esfriar o comércio, pois tal limite não se aplica aos pagamentos a empresas”.
Quanto aos limites, eles não poderão ser alterados de maneira tão rápida quanto antes, exatamente para prevenir que bandidos solicitem essa alteração.
Hoje, o prazo para que bancos aumentem o limite do Pix será de no mínimo 24 horas e no máximo de 48 horas – antes, eram entre uma hora e o dia útil seguinte.
Os limites também poderão variar conforme o período do dia. Quanto a isso, o BC disse que “as transações devem ocorrer em até 40 segundos.
Mas em caso de transações atípicas com suspeita de fraude as instituições financeiras e de pagamentos podem reter essa transação por um tempo de 30 minutos, caso seja realizada entre 8h às 20h ou 60 minutos, no restante do dia.”.