A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos vão apoiar a paralisação dos caminhoneiros, marcada para começar na segunda-feira, dia 1º de fevereiro, encabeçada pela Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB).
O apoio dos petroleiros terá ações localizadas em todo o País, unindo o protesto com solidariedade pelo momento difícil em que o Brasil se encontra, com altas taxas de desemprego e perda de renda
A pauta dos caminhoneiros contém dez itens, mas a principal reivindicação, e que tem total apoio dos petroleiros, é a alta no valor dos combustíveis, considerada abusiva.
O diesel representa até 60% no valor da viagem e tem impacto inclusive no preço do produto final, como insumos e alimentos. Somente em 2020, os preços do diesel tiveram 20 aumentos.
A partir de amanhã, 27, a Petrobrás eleva novamente os preços da gasolina e do diesel.
O preço médio da gasolina entregue ao mercado vai para R﹩ 2,08 para as distribuidoras, o segundo aumento em menos de dez dias em 2021. Já o diesel, terá o primeiro aumento desde 29 de dezembro, e vai para R﹩ 2,12 por litro em média, para a distribuidora.
Estudo realizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (INEEP) aponta que o preço do óleo diesel no Brasil é o segundo mais caro do mundo, só perdendo para a Alemanha.
De acordo com Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, os reajustes estão ocorrendo, desde outubro de 2016, quando o mercado privado pressionou a Petrobrás a mudar sua política de preços para viabilizar a privatização da empresa, baseando-se no PPI – Preço de Paridade de Importação.
No início do mês, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Agência Nacional do Petróleo (ANP) alegando que a Petrobrás vendia combustível abaixo da média internacional, prejudicando a concorrência, no mercado de derivados de petróleo.
“Essa é uma amostra do que acontecerá com o país, caso a privatização avance: sem compromisso com a responsabilidade social, apenas com o lucro. Com a privatização, a tendência é que o preço dos derivados aumente muito mais. O projeto para o setor de petróleo e gás que o país está seguindo é o de submissão ao mercado internacional, sem o mínimo debate sobre os interesses do povo e a soberania energética”, afirmou Bacelar.
Com data para começar e sem data para terminar, a expectativa é que a greve possa superar à de 2018 em decorrência da maior conscientização da categoria e da população sobre as pautas envolvidas e os efeitos para toda sociedade.
Além dos preços justos para combustíveis com o fim do PPI, Já!; também estão entre as bandeiras de lutas dos caminhoneiros, com apoio dos petroleiros: o enfrentamento da crise sanitária (ampliação dos recursos para o SUS e defesa das medidas de distanciamento social) e o enfrentamento da crise econômica (retomada do Auxílio Emergencial), defesa do Programa de Proteção ao Emprego; luta contra o Teto dos gatos e contra a Reforma administrativa). Além disso, a luta representa um ato da FUP, das Centrais Sindicais e Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contra a crise política do país, tendo como mote “Fora Bolsonaro, Impeachment Já!”.
Confira abaixo as ações já confirmadas pelos sindicatos ligados à FUP em todo o País. (A lista será atualizada nos próximos dias com a decisão de outros sindicatos, por ações de apoio à greve)
SINDIPETRO/AM: doação de 40 cestas básicas, com medidas preventivas, levando em conta o lockdown estabelecido na cidade.
SINDIPETRO/CE-PI: protesto e campanhas com outdoors, sem aglomerações devido ao agravamento da pandemia da COVID.
SINDIPETRO/ES: juntamente com motoristas de aplicativos e motoboys farão carreata do aeroporto até a sede antiga da empresa, com distribuição de voucher de desconto em combustíveis líquidos no final da atividade para até 100 veículos. Limitado a 20 litros para carros e 10 litros para motos. Após a carreata, se juntarão às atividades das Centrais Sindicais previamente programadas.
SINDIPETRO/CAXIAS: distribuição de 100 cestas básicas e 1000 máscaras para comunidades carentes da baixada fluminense.
SINDIPETRO/MG: doação de 100 botijões de gás para famílias em vulnerabilidade social e atos deliberados juntamente com as Centrais Sindicais.
SINDIPETRO/UNIFICADO SP: distribuição de 200 botijões de gás.
SINDIPETRO NF – doação de 100 botijões em Padre Miguel.
SINDIPETRO/RS: Subsídio de 100 botijões de gás, no Município de Esteio.
SINDIPETRO/BA: Ato na RLAM pela manhã, com doação de 200 botijões de gás para famílias em vulnerabilidade social, carreata com motoristas de aplicativos e ato juntamente com as Centrais Sindicais, à tarde.