A crescente valorização de padrões estéticos nas redes sociais tem levado homens e mulheres a buscar corpos considerados ideais — com cabelos perfeitos, dentes alinhados, pele impecável e silhuetas esculturais.
Nesse contexto, proliferam dietas que prometem emagrecimento rápido, muitas vezes sem respaldo profissional. Apesar de atraentes, essas práticas podem resultar em sérios prejuízos à saúde física e mental.
A nutricionista Nathália Ribeiro Rodrigues destaca que ainda há equívocos sobre como se alimentar para perder peso.
“Muita gente acredita que comer menos gera mais resultados, mas esse tipo de prática ignora as particularidades de cada corpo e pode causar efeitos colaterais sérios, ainda que muitas vezes silenciosos”, afirma.
Brasil segue tendência global de sobrepeso e obesidade
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com excesso de peso, sendo 650 milhões classificadas como obesas. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) mostra que 60,3% da população adulta está com sobrepeso — um crescimento expressivo nos últimos anos. Esse cenário impulsiona a procura por soluções rápidas, ainda que pouco seguras.
Para Nathália, é essencial desmistificar a ideia de que saúde está ligada apenas ao peso. “Dietas muito restritivas podem até provocar perda de peso inicial, mas são insustentáveis e perigosas no médio e longo prazo”, alerta.
Dietas da moda apresentam riscos variados
Entre as práticas mais populares e potencialmente perigosas, estão o jejum prolongado sem supervisão, dietas cetogênicas feitas por conta própria, detox baseados somente em líquidos e uso excessivo de suplementos sem prescrição.
Segundo a especialista, “o maior problema está em seguir essas dietas sem qualquer orientação profissional”.
Principais riscos das dietas restritivas
Deficiências nutricionais: Cortes drásticos de grupos alimentares como carboidratos e gorduras podem causar carência de vitaminas e minerais, resultando em fraqueza, queda de cabelo, unhas frágeis e anemia.
Efeito sanfona e metabolismo lento: A redução severa de calorias desacelera o metabolismo, dificultando a manutenção da perda de peso e facilitando o reganho posterior.
Perda de massa muscular: A alimentação inadequada pode comprometer a força e a funcionalidade física, impactando até mesmo atividades cotidianas.
Transtornos alimentares: Regimes rígidos podem gerar ansiedade e compulsão alimentar, aumentando o risco de distúrbios como anorexia e bulimia.
Impactos emocionais: Quem adere a dietas extremas pode enfrentar sentimentos de culpa, isolamento e insatisfação corporal, além de quadros de irritabilidade, depressão e ansiedade.
Sustentabilidade e equilíbrio são fundamentais para resultados duradouros
Para alcançar um corpo saudável, o caminho não precisa ser extremo. A chave está em hábitos sustentáveis e consistentes. Nathália orienta que um plano alimentar eficaz deve levar em conta:
- A realidade de cada indivíduo, como rotina, histórico de saúde e preferências pessoais;
- O equilíbrio nutricional entre carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis;
- A valorização do prazer em comer, sem associar a alimentação à culpa;
- A integração com sono adequado, hidratação e prática regular de atividade física.
Por fim, a nutricionista reforça: “Não existe fórmula mágica. O processo precisa respeitar o corpo e ser construído de forma gradual. Quando feito com consciência, o emagrecimento é mais saudável e duradouro”.