Em recente participação no Charla Podcast, Ronaldo Fenômeno expressou interesse em adquirir o Corinthians, caso o clube opte por se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
O ex-jogador, que atuou pelo Timão entre 2009 e 2011, afirmou: “O dia que o Corinthians decidir virar SAF, eu sou o comprador… arrumo dinheiro no mercado e vou adorar fazer, envolver o torcedor”.
A experiência de Ronaldo na gestão de clubes não é novidade. Em abril de 2022, ele oficializou a compra de 90% das ações da SAF do Cruzeiro, clube que o revelou para o futebol.
Ronaldo liderou um processo de reestruturação financeira que culminou na venda da sua participação para o empresário Pedro Lourenço, dono da rede Supermercados BH, em abril de 2024.

Mas o Corinthians está à venda?
As declarações de Ronaldo geraram reações diversas entre os corintianos. O presidente da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, manifestou-se contrário à ideia, enfatizando que o Corinthians “não está à venda” em postagem nas redes sociais.
De acordo com Alexandre Domênico Oliveira, o Alê, uma a transformação em SAF vai contra a essência popular do clube. Ele e uma boa parte da torcida consideram que como “time do povo”, o Corinthians deve sempre seguir sob “domínio da torcida”.
A diretoria atual, liderada pelo presidente Augusto Melo, também já havia se posicionado contra a mudança para SAF, acreditando na capacidade de recuperação financeira através de uma gestão honesta e eficiente.
Por outro lado, muitos torcedores se mostram abertos à possibilidade, vendo isso como uma chance de reestruturação financeira e fortalecimento da marca Corinthians.
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Um modelo que deu certo?
A Sociedade Anônima do Futebol é um modelo de gestão esportiva que tem dado certo no Brasil e no mundo, mas não sem ressalvas.
Apesar de a ideia de um time de futebol ter um “dono” ser um pouco incômoda para muitas torcidas, esse status é o utilizado por clubes de grande sucesso mundo afora, como o poderoso Manchester City, da Inglaterra. Aqui no Brasil, diversos clubes, incluindo Bahia, Vasco, Red Bull Bragantino e o já citado Cruzeiro, viraram SAFs.
Por outro lado, muitos que acompanham de perto no dia a dia desses “clubes-empresa” relatam que a privatização das equipes acabou limitando o acesso da torcida às tomadas de decisão administrativas, dentre outras reclamações.
Vale ressaltar que cada SAF é única e, em alguns casos, conselhos deliberativos e corpo de sócios-torcedores seguem tendo grande papel dentro da instituição. Noutros casos, porém, os novos donos dos clubes preferem centralizar o controle.
De toda forma, resta esperar para ver como os grandes clubes brasileiros, incluindo o Corinthians, vão lidar com a ideia no futuro. Por hora, tudo segue como sempre foi na maioria das equipes de maior expressão no futebol nacional.