Começar um negócio com recursos limitados pode parecer um desafio, mas especialistas afirmam que a prática é viável quando existe planejamento estruturado. Segundo Philippe Enke Mathieu, especialista em finanças e CEO da GFX – Inteligência Financeira, a principal mudança necessária é de mentalidade. Para ele, a falta de capital não deve ser vista como impedimento, mas como um ponto de partida organizado. “A transformação começa na forma de pensar. É preciso superar a ideia de que a falta de recursos impede o empreendedorismo e focar em um bom planejamento”, afirma.
O empreendedorismo segue em ritmo acelerado no país. Dados divulgados pelo Sebrae em outubro indicam que, entre janeiro e setembro de 2025, foram abertos 3,87 milhões de Pequenos negócios, um aumento de 18,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Do total, 77,1% correspondem a microempreendedores individuais (MEIs), reforçando a relevância desse segmento na economia brasileira.
Planejamento é essencial para negócios de baixo investimento
Com esse crescimento, aumenta também a busca por negócios com baixo investimento inicial, especialmente em setores de demanda crescente, como alimentação saudável, serviços de bem-estar e soluções digitais. Para Mathieu, a expansão reforça a necessidade de planejamento prévio como forma de garantir retorno financeiro sustentável.
O especialista destaca que elaborar um plano de negócios é um passo decisivo, independentemente do porte da empresa. O documento permite definir objetivos, estimar custos, projetar receitas e ajustar estratégias conforme o avanço das operações.
Dez práticas para iniciar um negócio com pouco dinheiro
1. Definir nicho e público-alvo
Identificar o público atendido ajuda a estruturar a base do negócio e evita gastos decorrentes de tentativas sem direção clara.
2. Elaborar um plano de negócios
O planejamento deve incluir metas de faturamento, projeções de despesas e um cronograma, mesmo em empreendimentos com baixo investimento inicial.
3. Separar as finanças pessoais das empresariais
Manter contas distintas reduz riscos e fortalece o controle financeiro desde os primeiros meses de operação.
4. Valorizar aptidões pessoais
Habilidades individuais podem ser aproveitadas como ponto de partida para oferecer serviços e conquistar os primeiros clientes.
5. Buscar atualização constante
Cursos, oficinas e troca de experiências auxiliam no aprimoramento do negócio e ampliam oportunidades de crescimento.
6. Investir em divulgação
Mesmo com orçamento limitado, redes sociais, marketplaces e ferramentas gratuitas possibilitam promover produtos e serviços.
7. Monitorar o fluxo de caixa
Acompanhar entradas e saídas é essencial para garantir a saúde financeira. Profissionais de planejamento podem auxiliar na definição das métricas.
8. Reinvestir os lucros
Direcionar parte dos ganhos para melhorias internas contribui para crescimento orgânico e contínuo.
9. Valorizar recursos e habilidades disponíveis
Focar no que já está ao alcance facilita o início das operações e reduz custos desnecessários.
10. Priorizar o atendimento ao cliente
Um atendimento de qualidade fortalece a confiança do consumidor e estimula a fidelização.
Perspectivas para novos empreendedores
Especialistas avaliam que, mesmo com desafios econômicos, o cenário atual apresenta oportunidades para quem deseja empreender. A combinação entre organização financeira, uso consciente dos recursos disponíveis e estratégias de gestão aumenta as chances de sucesso, especialmente em negócios iniciados com investimentos reduzidos.























