O sistema financeiro brasileiro está em meio a um processo de transformação impulsionado pela digitalização e Inovação tecnológica.
Uma das iniciativas mais relevantes nesse cenário é o Open Finance, modelo que permite o compartilhamento seguro de dados financeiros entre instituições, mediante o consentimento do usuário.
Entre os avanços previstos, destaca-se a possibilidade de migração de dívidas entre diferentes instituições financeiras — medida que deve ser implementada a partir de 2025 pelo Banco Central.
A expectativa é que essa funcionalidade altere significativamente a dinâmica do crédito no país, promovendo mais concorrência e melhores condições para os consumidores.
Crédito mais acessível e competitivo
O acesso ao crédito no Brasil há tempos enfrenta obstáculos como juros elevados, burocracia e prazos pouco flexíveis.
A introdução da portabilidade de dívidas no contexto do Open Finance pretende enfrentar essas barreiras, permitindo que os consumidores transfiram seus contratos para instituições que ofereçam condições mais vantajosas.
Com esse novo mecanismo, será possível comparar ofertas com mais clareza e optar por prazos, taxas e modalidades de pagamento mais adequados ao perfil de cada cliente. O processo, que tradicionalmente poderia levar dias ou até semanas, tende a se tornar digital, simplificado e mais ágil.
Encaminhamento de propostas deve facilitar concorrência
Um dos elementos centrais da nova etapa do Open Finance será o Encaminhamento de Propostas de Crédito (EPOC), funcionalidade que permitirá o envio automatizado de dados financeiros entre instituições autorizadas.
Com isso, espera-se acelerar a análise de crédito, facilitar a comparação entre ofertas e reduzir a burocracia.
A medida tem o objetivo de colocar o consumidor no centro da tomada de decisão, ampliando o poder de escolha e promovendo maior transparência no relacionamento com os bancos.
Desafios para o setor financeiro
A nova realidade exigirá das instituições financeiras agilidade na adaptação a um ambiente mais competitivo e orientado por dados.
Ferramentas como APIs (interfaces de programação de aplicações) serão fundamentais para garantir a integração entre os sistemas das instituições de forma segura e eficiente.
Entretanto, o aumento no tráfego de dados sensíveis também traz desafios significativos. A segurança cibernética ganhará ainda mais importância, exigindo investimentos em protocolos robustos de proteção de dados e conformidade com os padrões regulatórios estabelecidos pelo Banco Central.
Oportunidades e impacto no consumidor
O sucesso das instituições nesse novo cenário dependerá da capacidade de transformar dados em inteligência para oferecer soluções personalizadas.
A fidelização de clientes e a conquista de novos públicos estarão diretamente ligadas à oferta de produtos e serviços que atendam às necessidades individuais de cada consumidor.
A ampliação da portabilidade e da concorrência tende a democratizar o acesso ao crédito, com impactos positivos para a inclusão financeira. Especialistas apontam que a medida poderá promover maior equilíbrio e sustentabilidade na relação dos brasileiros com o sistema financeiro.