O Seg Summit 2025, realizado em 22 de outubro, em São Paulo, reuniu especialistas, executivos e empreendedores para debater os principais temas do setor de segurança, incluindo cibersegurança, inovação, governança e o novo marco regulatório da segurança privada no Brasil.
Durante o painel Distribuidores na área de Cibersegurança, o especialista em segurança eletrônica Fábio Cometti e o sócio da consultoria Auddas, Alexandre Chaves, discutiram os impactos da Lei nº 14.967/2024, que institui o Estatuto da Segurança Privada.
A lei, em vigor desde setembro de 2024, ainda aguarda regulamentações complementares, mas já marca o início de uma ampla reorganização do setor, que passará a ser fiscalizado de maneira mais integrada pela Polícia Federal.
Fiscalização digital e adaptação das empresas
Segundo Cometti, o novo marco afetará diretamente cerca de 400 mil empresas que atuam com segurança eletrônica no país — das quais 80% são negócios familiares ou pequenos empreendimentos.
“Com a chegada da regulamentação, essas companhias precisarão se adaptar e operar de forma online com a Polícia Federal por meio da Gestão Eletrônica da Segurança Privada (GESP). É um processo inédito para o setor”, destacou o especialista.
A estimativa é que mais de 1 milhão de pessoas, entre autônomos e pequenas empresas, sejam impactadas. Além disso, o consumidor final passa a ter corresponsabilidade nas contratações, o que eleva a exigência por governança, transparência e formalização nas relações comerciais.
Profissionalização e novos padrões de mercado
O novo estatuto impõe mudanças profundas em um setor historicamente fragmentado e informal. Instaladores autônomos, que antes atuavam sem licenciamento, agora precisarão se adequar às novas normas ou perder espaço para empresas regulamentadas.
Para Alexandre Chaves, da Auddas, o momento exige uma transformação estrutural das empresas.
“O setor de segurança eletrônica sempre foi muito pulverizado. A nova lei cria um ponto de partida para todos os players. Não será mais possível operar sem planejamento, governança e estratégia”, afirmou.
Segundo ele, empresas com processos claros e auditáveis estarão em posição mais competitiva e poderão se destacar em um ambiente mais exigente e regulado.
“Muitas companhias ainda não têm estrutura mínima, mas, com planejamento, é possível transformar essa transição em oportunidade de crescimento”, completou Chaves.
Mudança cultural e comercial
O painel contou com mediação de Erison Santos, conhecido no setor como o “vendedor show de bola”. Com seu estilo direto e comercial, ele destacou que o novo marco regulatório não muda apenas a legislação, mas também a forma de vender e de construir confiança no mercado.
“Mais do que cumprir regras, é preciso entender que transparência e profissionalismo serão diferenciais competitivos”, afirmou Santos.
Governança e apoio à transição
Na linha de frente da orientação estratégica, a Auddas tem atuado com planejamento, governança, gestão de capital e fusões e aquisições (M&A), ajudando empresas a se estruturarem para o novo contexto regulatório.
Com o setor em plena transformação, a consultoria vê na nova legislação uma oportunidade de amadurecimento e consolidação do mercado, incentivando práticas mais profissionais e sustentáveis.



















