Segundo estudo da Serasa Experian, 35,3 milhões de brasileiros — o equivalente a 21,7% da população adulta — não possuem registros econômicos formais. Esse grupo não apresenta contas de consumo, financiamentos, empréstimos ou faturas de cartão de crédito vinculadas ao CPF e, por isso, permanece fora do cadastro positivo.
A ausência desses registros dificulta o acesso a produtos e serviços financeiros, como crédito e financiamento, e limita a capacidade de consumo, investimento e empreendedorismo, com impactos diretos sobre a economia.
Falta de produtos financeiros adequados amplia exclusão
De acordo com especialistas, a oferta ainda restrita de soluções financeiras voltadas às diferentes realidades socioeconômicas contribui para esse cenário. A maior parte dos desbancarizados e sub-bancarizados pertence às classes C e D, muitas vezes formada por trabalhadores com renda variável.
Entre as alternativas citadas estão linhas de crédito com juros mais acessíveis, parcelamentos compatíveis com a renda e soluções de pagamento adaptadas a perfis informais, medidas que poderiam ampliar a inclusão financeira.
Produtos padronizados não atendem à realidade social
A pesquisa aponta que parte do setor financeiro ainda opera com produtos padronizados, que desconsideram fatores como informalidade, baixa escolaridade ou intermitência de renda. Essa desconexão leva parte da população a recorrer a meios informais de crédito e poupança, que podem ser mais caros e arriscados.
Impactos econômicos mais amplos
A baixa bancarização também tem reflexos no consumo das famílias e no desenvolvimento de Pequenos negócios. Além disso, políticas públicas que dependem da inclusão financeira — como programas de transferência de renda e incentivos fiscais — tendem a ter menor alcance quando parte significativa da população permanece fora do sistema.
Inclusão financeira como motor de desenvolvimento
Especialistas defendem que a ampliação do acesso a serviços financeiros formais pode estimular a economia, fortalecer o empreendedorismo e contribuir para a redução das desigualdades sociais. Sem avanços consistentes nessa área, avaliam, o país tende a manter um ciclo de exclusão financeira que afeta tanto indivíduos quanto o desempenho econômico nacional.




















