Mesmo com o avanço da transformação digital, grande parte das empresas brasileiras ainda enfrenta dificuldades para utilizar de forma estratégica os dados que gera.
Estimativas indicam que cerca de 80% das informações produzidas nas operações corporativas permanecem sem análise estruturada, o que compromete a qualidade das decisões e gera impactos diretos na produtividade e na competitividade.
Levantamentos realizados por consultorias como McKinsey, KPMG e Abrappe revelam que essa ineficiência pode representar uma perda de até 15% no faturamento das organizações, além de influenciar negativamente a experiência do cliente.
Intuição ainda prevalece sobre dados em decisões corporativas
Segundo João Chencci, especialista em Tecnologia e gestão de dados, um dos principais obstáculos para o uso eficaz das informações é a cultura empresarial baseada na intuição.
“Mesmo com acesso a ferramentas tecnológicas, muitas decisões ainda são tomadas com base em percepções individuais, e não em análises concretas”, afirma.
Outros entraves incluem a falta de integração entre áreas, ausência de políticas claras de governança de dados e baixa maturidade analítica nas organizações.
Inteligência analítica pode ser motor de crescimento
A adoção de práticas mais estruturadas de análise de dados pode ser um diferencial competitivo importante.
Para isso, Chencci destaca a necessidade de investimento em formação de equipes multidisciplinares, na criação de processos de coleta e análise automatizada, e na utilização de plataformas que facilitem a visualização e interpretação dos dados.
A inteligência analítica, afirma o especialista, pode transformar a forma como as empresas operam, permitindo decisões mais rápidas, assertivas e baseadas em evidências, além de ampliar a capacidade de inovação e adaptação ao mercado.