A demanda por crédito no Brasil caiu 2,5% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2024. Em relação a julho deste ano, a retração foi semelhante, de 2,3%, segundo o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que acompanha mensalmente solicitações de financiamento em setores como o varejo e instituições financeiras.
O varejo, que historicamente tem maior peso no índice, apresentou a queda mais acentuada: 31% na comparação anual. Em relação a julho, no entanto, houve leve recuperação, com aumento de cerca de 1%.
Microempresas puxam alta na comparação mensal
Entre os diferentes portes de empresas, o destaque foi das microempresas (faturamento anual de até R$ 360 mil), que registraram crescimento de 13% na procura por crédito em agosto, frente ao mês anterior.
Segundo Natália Heimann, líder da Business Unit de Dados & Analytics para Crédito da Neurotech, esse comportamento está ligado à vulnerabilidade dessas companhias:
“As microempresas são as que atuam com margens mais apertadas e menor acesso a capital de giro, ficando mais suscetíveis às oscilações da economia. Por isso, recorrem com maior frequência ao crédito como ferramenta de sobrevivência e manutenção de suas atividades.”
Grandes empresas registram recuo mensal
Na outra ponta, as empresas de grande porte (faturamento anual acima de R$ 300 milhões) tiveram retração de quase 4% em agosto, na comparação com julho. No entanto, em relação ao mesmo período do ano passado, o segmento apresentou alta de 7%.