O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado pela PiniOn para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), alcançou 96 pontos em setembro. O resultado representa alta de 1% em relação a agosto, mas queda de 6,8% frente ao mesmo mês de 2024.
Apesar da segunda elevação consecutiva, o indicador permanece abaixo de 100 pontos, faixa considerada como campo pessimista. A pesquisa foi realizada com 1.679 famílias de todas as regiões do país, incluindo capitais e cidades do interior.
Diferenças regionais e por classe social
O levantamento apontou resultados distintos entre as regiões: estabilidade no Sul, queda no Nordeste e aumento no Centro-Oeste, Norte e Sudeste.
Entre as classes socioeconômicas, o índice recuou nas faixas AB e DE, mas avançou entre os consumidores da classe C.
Na análise por gênero, a confiança subiu entre as mulheres e caiu entre os homens. Já em termos de situação financeira, as famílias indicaram leve melhora nas condições atuais e demonstraram expectativas mais positivas para renda e emprego.
Efeito no consumo
O aumento da confiança refletiu em maior disposição para a compra de bens de maior valor, como carros, imóveis e eletrodomésticos. No entanto, a propensão a investir em longo prazo permaneceu estável.
Em síntese, o INC mostrou leve recuperação mensal, mas segue em patamar negativo no comparativo anual.
Perspectivas
Para o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, fatores como o aumento do emprego e da renda, além de medidas governamentais — como o novo consignado, o pagamento de precatórios e transferências sociais —, têm sustentado o consumo.
No entanto, ele alerta que “o elevado endividamento das famílias e os efeitos das altas taxas de juros sobre a atividade econômica, já perceptíveis, podem reduzir a confiança do consumidor nos próximos meses”.