Um levantamento realizado com mais de 10 mil alunos da escola do educador financeiro Breno Nogueira indica que a dificuldade de poupar dinheiro permanece elevada entre brasileiros de diferentes faixas de renda. Os dados mostram que, apesar de avanços salariais, a maior parte das pessoas não consegue manter uma reserva financeira nem controlar de forma consistente seus gastos mensais.
Dados revelam falta de controle financeiro
Entre os principais resultados da pesquisa, 62,9% dos participantes afirmam não saber quanto gastam por mês e 60,2% dizem não possuir nenhuma reserva financeira. Além disso, 56,9% relatam nunca ter conseguido juntar dinheiro, enquanto 45% afirmam que só conseguem poupar “em alguns meses”. Outros 35,2% já tiveram uma reserva, mas acabaram utilizando os valores. Mesmo assim, 85% dos entrevistados declararam que construir patrimônio é seu principal objetivo — embora 39% admitam não compreender totalmente o que isso significa.
A pressão do custo de vida sobre o orçamento
De acordo com Breno Nogueira, muitos brasileiros vivem sob pressão financeira constante, em razão de uma renda que não acompanha o aumento do custo de vida e de despesas consideradas essenciais, como moradia, saúde, transporte e educação. Para ele, a percepção de melhora pontual na renda leva parte das pessoas a elevar o padrão de consumo sem considerar o impacto dessa decisão no longo prazo.
“O indivíduo observa apenas a situação presente e sente que merece um upgrade de vida. Mas não percebe como esse novo nível de gastos afeta o futuro. Se despesas sobem no mesmo ritmo que a renda, a folga financeira nunca chega”, afirma.
Busca por multiplicação rápida do dinheiro aumenta riscos
Nogueira destaca também que, ao acumular as primeiras economias, muitas pessoas buscam multiplicar o dinheiro rapidamente, o que pode levar a escolhas arriscadas, como apostas esportivas, operações em ações sem conhecimento técnico ou investimentos de alto risco.
Compromissos financeiros maiores sem planejamento
Segundo ele, outro comportamento comum é assumir compromissos financeiros maiores — como a compra de um imóvel mais caro — considerando apenas o salário atual, sem avaliar a Sustentabilidade dessa decisão ao longo do tempo.
“Sem reserva, sem renda previsível e sem método, o risco aumenta. Se a renda oscila, a pessoa pode não conseguir manter o novo compromisso. E, quando o imóvel anterior foi vendido para completar a compra, não há patrimônio acumulado para servir de proteção”, conclui.




















