Embora a Black Friday de 2025 esteja marcada para o dia 28 de novembro, o período de preparação para varejistas que dependem de produtos importados já começou.
Segundo especialistas em comércio exterior, o sucesso nas vendas dessa data exige planejamento com pelo menos quatro a cinco meses de antecedência, considerando prazos de produção, transporte internacional, desembaraço aduaneiro e distribuição interna.
De acordo com dados da Cielo, a edição de 2024 da Black Friday registrou um aumento de 17,1% nas vendas presenciais e 8,9% no Comércio eletrônico, consolidando-se como um dos períodos mais importantes para o varejo nacional.
Logística internacional impõe desafios e prazos rígidos
Rodrigo Giraldelli, especialista em comércio exterior e CEO da China Gate, explica que o processo logístico da importação é complexo e demanda organização.
“O ponto ideal de compra é entre quatro e cinco meses antes da data comemorativa. O fornecedor leva cerca de 30 dias para despachar o produto, o transporte marítimo consome mais 45 dias e a liberação no Brasil pode levar até 15 dias”, afirma.
Além dos prazos de entrega, é necessário considerar a armazenagem e a distribuição dos produtos dentro do país. Giraldelli destaca que, para o e-commerce, julho é o mês-chave para os pedidos, enquanto atacadistas que revendem ao varejo deveriam ter feito as encomendas até junho.
Frete e rotas logísticas exigem atenção redobrada
O especialista também alerta para a oscilação nos preços do frete marítimo, que costuma subir nos meses que antecedem grandes datas do varejo devido ao aumento da demanda global por mercadorias.
“Quem se antecipa garante espaço nos navios a preços mais competitivos”, destaca.
Entre as estratégias recomendadas para lidar com os desafios da logística internacional estão:
- Negociar prazos e volumes com fornecedores e transportadoras, buscando condições mais flexíveis;
- Diversificar rotas e modais de transporte, considerando opções aéreas ou rodoviárias quando viáveis;
- Otimizar a cadeia logística para reduzir custos operacionais;
- Monitorar o cenário global e as cotações de frete para reagir rapidamente a variações.
Custos devem ser incorporados à precificação
Outra recomendação importante é incluir todos os custos logísticos — especialmente o frete — na precificação dos produtos. Variações repentinas de preços, causadas por conflitos geopolíticos ou decisões políticas, podem impactar diretamente a margem de lucro dos varejistas.
“Importar com eficiência depende de estratégia e previsibilidade. Quem se antecipa, sai na frente”, conclui Giraldelli.