Resumo dos mercados (às 5h50):
• S&P 500 Futuro: 0,12%
• Stoxx 50: 0,31%
• Nikkei 225: 0,88%
• Shanghai Composite: -0,55%
• Treasury 10 anos: queda em 4,110%
• DXY: 0,23% em 103,41
• Minério de Ferro (Singapura): -0,17% a US$ 114,25
• Petróleo (Brent): 0,26% em US$ 85,42 o barril
Em véspera de payroll e com o CPI europeu no radar, bolsas divergem, com índices na Ásia sentindo dados industriais ruins, enquanto o resultado surpreendente de UBS e a queda nas taxas de juros, após os dados nos EUA mais fracos, mantém bolsas na Europa e em NY em alta.
Dólar tem dia de ganhos disseminados e commodities operam com viés de baixa.
Por aqui, em véspera do PIB do 2T23, agenda tem superávit primário e taxa de desemprego, mas o foco do dia deve ser a entrega do Orçamento de 2024, que segue cheio de incertezas, como o possível fim do JCP e novas medidas de arrecadação, após Tebet dizer que são necessários R$168 bi para o déficit zero.
A abertura do mercado local deve ser mais cautelosa, com queda na bolsa e alta no dólar. Nos juros, a abertura deve ser pautada pelos dados de resultado fiscal do BCB, sugerindo viés de alta.
Ásia
Bolsas fecharam com viés de baixa, penalizada pelos dados abaixo do esperado, com destaque para o PMI de serviços chinês. Na Coréia, produção industrial decepcionou (exp -0,4%), caindo 2,0% (-8,0% a/a) em jul/23.
Na China, o PMI industrial subiu de 49,3 para 49,7 pontos (exp 49,4) em ago/23, 5ª contração seguida, e o de serviços caiu de 51,5 para 51,0 (exp 51,1), mínima no ano.
O PBoC declarou que aumentará os empréstimos e que buscará apoio para as construtoras. No Japão, produção industrial decepcionou (exp -1,4%), caindo 2,0% (-2,5% a/a) em jul/23.
Vendas no varejo subiram 2,1% na margem, alta de 6,8% (exp 5,4%) ante jul/22. Hoje, PMIs industriais (ago/23) da Austrália às 20h, da Coréia e do Japão às 21h30 e da China (Caixin) às 22h45.
Europa
Bolsas sobem, puxadas pelos bancos, após resultado do UBS acima do esperado. Na Alemanha, a taxa de desemprego subiu de 5,6% para 5,7% (exp 5,7%) em jul/23.
Vendas no varejo decepcionaram (exp 0,3%), caindo 0,8% (-2,2% a/a) em jul/23. O HICP subiu 0,4% em ago/23, somando 6,4% (exp 6,2%) em 12 meses.
Na França, PIB em linha com a prévia, crescendo 0,5% (0,9% a/a) no 2T23. O HICP subiu 1,1% em ago/23, com a taxa em 12 meses indo para 5,7%.
Na Itália, a taxa de desemprego subiu de 7,5% para 7,6% (exp 7,4%) em jul/23. Hoje, taxa de desemprego (jul/23) e CPI (ago/23) da zona do Euro às 6h e ata do BCE às 8h30. Schnabel (BCE) fala às 8h30 e de Guindos (BCE) às 13h.
EUA
Em dia de PCE, com os investidores se preparando para o payroll, a queda nos juros leva a leves altas nos futuros. As revisões negativas nas variações de investimentos e estoques fizeram o crescimento anualizado do PIB do 2T23 ser revisado de 2,4% para 2,1% (2,5% a/a).
Em 12 meses, o PIB avançou 1,8%. A balança comercial teve déficit de $91,2 bi (exp -$90,0 bi) em jul/23, acumulando -1,08 tri (-4,0% do PIB) em 12 meses.
Segundo a ADP, o setor privado criou 177 mil empregos (exp 195 mil) em ago/23, com julho sendo revisado de 324 para 371 mil. Bostic (Fed Atlanta, não vota) disse que a inflação está muito alta, mas que a política monetária está restritiva o suficiente e que prefere ser paciente e cauteloso.
Na agenda, gastos das famílias (jul/23), inflação PCE (jul/23) e pedidos de seguro-desemprego (25/ago) às 9h30 e PMI de Chicago (ago/23) às 10h45. Collins (FRB, vota) fala às 10h. Broadcom divulga resultado após fechamento.
Brasil
Apesar dos ganhos nas commodities e na contramão de NY, em que as bolsas fecharam no positivo, apoiadas pelo recuo nas taxas de juros, o mercado local sentiu os boatos em torno do fim do JCP, que penalizou os bancos, com o Ibovespa terminando em 117.535 pontos (-0,73%).
Em dia dividido no mercado de moedas, com fortes quedas nas divisas emergentes, a piora nos riscos políticos em torno do Orçamento de 2024 pesou sobre o Real, com o dólar fechando em R$4,87 (0,30%).
Os resultados fiscais ruins e os riscos fiscais fizeram a curva de DI futuro descolar do exterior, com o miolo da curva subindo quase 10 pontos.
Caged abaixo do consenso (exp 145 mil), com criação de 142,7 mil (118,2 mil após ajuste sazonal) em jul/23, com serviços e comércio liderando os ganhos.
No ano, a criação é de 1,17 mi empregos (1,61 mi até jul/22). Mesmo com a melhora na arrecadação, a alta nas despesas pesou e o governo teve déficit de R$35,9 bi (exp -R$33,2 bi) em jul/23, com o acumulado em 12 meses atingindo $97,4 bi (-0,9% do PIB), mínima desde 2022.
O otimismo com a queda dos juros e a desaceleração na inflação fez a confiança do comércio da FGV subir de 91,6 para 93,8 (-5,6% a/a) em ago/23.
Após forte salto no mês anterior, a confiança dos serviços da FGV acomodou, recuando de 98,0 para 97,4 pontos (-3,3% a/a) em ago/23.
A menor deflação do atacado mais que compensou a deflação no varejo, fazendo com que o IGP-M subisse de -0,72% para -0,14% (exp 0,03%) em ago/23, acumulando -7,19% em 12 meses.
O IPA subiu de -1,05% para -0,17% (-10,99% a/a), o IPC caiu de 0,11% para -0,19% (3,82% a/a) e o INCC avançou de 0,06% para 0,24% (3,07% a/a). Fluxo cambial negativo em $1,9 bi na semana passada, com saídas de $1,2 bi no comercial e saída $0,7 bi no financeiro.
No ano, a entrada é de $19,5 bi ($14,0 bi até ago/22). Tebet (Planejamento disse que o governo enviará o orçamento de 2024 com déficit zero, prevendo ampliação real das despesas e, 1,70%, no limite dos 70% do ganho de receita, e que o governo precisa resolver os precatórios em 2024.
A Câmara aprovou o pedido de urgência do PL de compensação do ICMS. Na agenda, nota do setor público (jul/23) às 8h30, Pnad-Contínua (jul/23) às 9h e leilão do TN (LFT e NTN-F) às 11h45.