Vamos fazer uma viagem no tempo e conhecer um pouco mais sobre as moedas brasileiras que já circularam no país, bem como sua evolução?
Antes da chegada da primeira moeda reconhecida como forma legítima (centavos e reais), no Brasil, os primeiros modelos variavam de pedaços de ouro e até mesmo conchas.
Uma outra curiosidade também é que não é a primeira vez que a moeda “Real” circula no país. Ela já teve sua primeira versão, e era conhecida como “Réis”, plural de Real, ao contrário do plural de hoje que é Reais.
Pois é! O dinheiro que circula em nossas mãos nos dias de hoje tem é história para contar. E uma delas é a quantidade de vezes em que as moedas brasileiras mudaram.
Desde os tempos dos Império, a mudança ocorreu, pelo menos, nove vezes. E só ganhou estabilidade mesmo com a implementação do plano Real, na segunda vez.
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Dos Réis ao Real, preparamos uma linha do tempo sobre as mudanças das moedas no Brasil para você embarcar com a gente nesta rica história.
Confira!
Evolução das moedas brasileiras
De 1500 ao século XVI
As moedas valiosas variavam de pedaços de ouro, cobre.
Foi também neste período que outras moedas surgiram, como o Réis, que é o plural de Real. Este modelo circulou no Brasil até 1942.
Além disso, durante todo o período da fase colonial moedas trazidas de Portugal e identificadas como “Índio” e “São Vicente” também marcaram passagens por aqui.
Século XVI
Este foi o período de trocas a trocas “bizarras”.
Isso porque, nesta época, quando não se tinha as moedas metálicas, meios alternativos começavam a surgir. As trocas iam de panos de algodão, fumo a conchas.
Aliás, esta é a parte até mais curiosa da história.
Existia um modelo de concha que era muito farto no Brasil.
Ocorre que este mesmo modelo de pequena concha, que ficou conhecido como zimbo, já era muito utilizado como moeda na costa africana, em especial, na Angola.
Como no Brasil este tipo de concha era fácil de se encontrar, os colonizadores encontraram ali as chances de ouro que precisavam e acabavam utilizavam o zimbo para trocar por negros africanos. Depois que o zimbo entrou fortemente na África, a moeda sofreu completa desvalorização.
De 1580 a 1642
Nesta época, ocorre a União Ibérica e a moeda de prata espanhola é reconhecida oficialmente como a moeda de circulação no Brasil.
Mais tarde, em 1642, Portugal recupera sua independência, porém, economicamente quebrado.
A fim de economizar, a coroa portuguesa passa a carimbar as moedas espanholas com o símbolo da coroa portuguesa, no lugar de emitir mais moedas.
De 1645 a 1695
Surge a primeira moeda feita no Brasil, porém de origem holandesa. A moeda era conhecida como florins e era muito utilizada para remunerar os soldados.
Somente mais tarde, em 1695, nasce a primeira moeda oficial brasileira: pataca – produzida na primeira casa da moeda nacional, na Bahia.
De 1724 a 1727
Nascida em Minas Gerais e com curto período de circulação (3 anos), nesta época, temos uma das moedas mais poderosas do Brasil: o dobrão.
Esta moeda ganhou um alto peso comercial, pois surgiu no auge do período da mineração, em Minas Gerais.
Por se tratar de uma moeda com peso de 55g de ouro, ela era tão forte que bastava, apenas, uma única moeda para comprar lote de bois mais lote de produtos perecíveis, como leite e ovos em grande quantidade.
Em seguida, em 1727, tem-se o escudo, a primeira moeda de Portugal.
De 1808 a 1822
Com a chegada da Família Real ao Brasil, e com o declínio da mineração, os colonizadores passaram a reter 20% de todo o ouro extraído das terras brasileiras.
Este formato ficou conhecido como imposto do “quinto” que era transformado em barra e identificado com o selo real e circulava como o dinheiro da época.
1935
Logo após o período em que ocorre a Proclamação da República, em 1989, o brasão imperial que aparecia nos réis dá lugar aos escudos das armas brasileiras, nas versões de moedas de cobre e níquel.
De 1942 a 1994
Período em que marca a entrada do cruzeiro e passa por mudança sete vezes até a chegada do real, por conta de inflação e trocas de governo. São elas:
1967 – Cruzeiro Novo
1970 – Cruzeiro
1986 – Cruzado
1989 – Cruzado Novo
1990 – Cruzeiro
1993 – Cruzeiro Real
1994 – Real
O plano real foi uma tentativa de minimizar os impactos na economia e, pela primeira vez, a moeda brasileira apresenta a mesma Efígie da República.
De lá para cá, a moeda já passou por várias atualizações em relação ao tamanho, cores e tipos de metais.
Em 2014, a casa da moeda lançou modelos comemorativos, em homenagem à copa do mundo que aconteceu no Brasil.