A Hypera (HYPE3) divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25), reportando um prejuízo por ação ajustado (EPS) de R$ 0,20. Esse desempenho é uma queda significativa em relação ao lucro de R$ 0,60 registrado no mesmo período de 2024 (1T24). Apesar do resultado negativo, a empresa superou as expectativas de prejuízo de R$ 0,30 apontadas pelo JPMorgan e de R$ 0,35 do consenso do mercado, impulsionada pela redução de despesas financeiras e ganhos fiscais superiores ao previsto.
As ações da Hypera apresentaram uma oscilação inicial, com uma abertura em queda, mas conseguiram fechar o dia com valorização de 12,27%, fixando-se a R$ 23,60. Durante o dia, a ação alcançou mínima de R$ 22,51, uma queda de 2,43% em relação ao fechamento anterior.
De acordo com análises do JPMorgan, os resultados foram amplamente esperados devido ao processo de ajuste nos estoques e à estratégia de otimização do capital de giro, que continuam a impactar negativamente as receitas e a alavancagem operacional. Os analistas acreditam que o foco dos investidores deve ser o avanço dessas iniciativas, com conclusão prevista para o início do segundo trimestre, superando expectativas anteriores.
Apesar da pressão sobre os resultados, a Hypera conseguiu gerar um fluxo de caixa positivo de R$ 127 milhões no primeiro trimestre e R$ 460 milhões nos últimos 12 meses. Essa geração de caixa é vista como um sinal positivo, especialmente em um cenário desafiador, onde o ajuste de estoques tem impactado negativamente os resultados.
O JPMorgan avaliou que a Hypera é negociada a 11 vezes o lucro estimado para 2025 e a 7 vezes para 2026, mantendo a recomendação de “Overweight” (acima da média do mercado) e um preço-alvo de R$ 28.
Por outro lado, os resultados da Hypera foram considerados mistos pelo Bradesco BBI. A companhia apresentou um EBITDA 3% superior ao projetado, mas reportou um lucro líquido 24% acima das expectativas, impulsionado pela redução das despesas financeiras e uma alíquota efetiva de imposto de renda menor. Contudo, a receita caiu 41% em relação ao ano anterior, levando a uma margem EBITDA negativa de 14%. O BBI manteve uma recomendação neutra para HYPE3, com um preço-alvo de R$ 25, dado o potencial limitado de valorização de 19% em relação ao preço atual.
Segundo a XP Investimentos, os resultados da Hypera no 1T25 foram afetados por forte pressão na receita e EBITDA negativo, embora a geração de fluxo de caixa livre tenha se mostrado sólida, refletindo a estratégia de otimização do capital de giro. A margem EBITDA ajustada foi negativa em -12,3%, drasticamente menor que a margem de 34% do 1T24, devido a menor alavancagem operacional e maiores despesas de marketing.
O Itaú BBA também comentou os resultados da Hypera, indicando que a redução de 41% na receita anual é resultado do foco da empresa na diminuição dos estoques. Essa estratégia teve impacto na alavancagem operacional e pressionou o EBITDA. O banco ressaltou a significativa queda nas contas a receber, que já atingiram a meta de 60 dias. O BBA manteve a recomendação neutra com um preço-alvo de R$ 21.
O Goldman Sachs destacou que o desempenho negativo da empresa no trimestre foi atribuído à forte desalavancagem operacional e a um mix de produtos mais fraco, que pressionou a margem EBITDA. A receita líquida caiu 41% em comparação anual. Contudo, as vendas em abril indicaram que a empresa está avançando em sua estratégia de geração de caixa. A recomendação do Goldman Sachs permanece neutra, com um preço-alvo de R$ 22.
O Morgan Stanley observou que, assim como no quarto trimestre de 2024, não se esperam grandes reações ao relatório da Hypera, uma vez que os resultados do 1T25 estavam dentro das expectativas. No entanto, o crescimento moderado das vendas e o aumento das despesas em marketing podem suscitar preocupações sobre a continuidade dessas tendências no decorrer do ano.