No mercado financeiro de baixa, quando os agentes reduzem suas posições vendidas para colocar parte dos lucros no bolso, temos o que se chama de correção.
Uma alta, no meio de um movimento de baixa.
Provavelmente é isso que está acontecendo no exterior, com o futuro S&P 500 subindo 1,3%, o dólar caindo frente a todas a moedas-chave e o petróleo se recuperando, sendo negociado aos US$ 85 o barril do tipo Brent.
Esse movimento de correção ocorre sem que haja uma notícia revertendo o cenário básico que levou à correria desses últimos pregões no mercado financeiro.
Ao contrário, espera-se que os índices de inflação dos EUA e da Europa coloquem mais volatilidade no mercado.
Aqui no Brasil, os ativos devem ter uma recuperação, após duas quedas fortes.
A ata da última reunião do Copom reforça a intenção da autoridade monetária de manter sua estratégia de desinflação pelo tempo necessário, ainda que o comitê mostre dissensões em relação à necessidade de mais uma alta.
De concreto, fica reafirmado que o BC voltará a subir a Selic no caso de a inflação não convergir à meta na velocidade desejada.
O IBGE divulgou o IPCA-15, com queda de 0,35%, melhor que os -0,25% esperados pelo mercado.
A composição do índice mostrou melhora, com o índice de difusão caindo abaixo de 0,60 e a média dos núcleos desacelerando para cerca de 0,45%.
Os juros devem ser influenciados positivamente, seja pela ata, pelo IPCA-15, seja pela queda dos juros no exterior.
O Ibovespa futuro em forte alta, superando os 2%, mostrando a disposição de produzir a correção rapidamente.
Ações de commodities e as cíclicas dependentes de juros, devem ter boa performance hoje.
Pesquisas eleitorais
Foram divulgadas duas pesquisas após o fechamento de ontem, IPEC e Atlas.
A IPEC manteve a tendência: Lula melhora, na margem de erro, e Bolsonaro se mantém estável.
Lula veio com 48% e Bolsonaro com 31%, sendo que o primeiro teve 52% dos votos válidos, mantendo a chance de vitória no primeiro turno.
No segundo turno, Lula tem 54% e Bolsonaro 35%.
Na pesquisa Atlas, Lula veio com 48% e Bolsonaro com 41%.
A diferença diminuiu, de 10 para 7 pontos percentuais.
No segundo turno, Lula vence por 8 pontos, reduzindo a diferença de 11 pontos, na pesquisa anterior.
Acredito que a correção no mercado financeiro continuará a sustentar diferentes expectativas em relação ao resultado da eleição de domingo e, também, dos impactos desse resultado sobre o comportamento dos preços.
Vale dizer, o mercado continua a colocar uma assimetria elevada na direção da possibilidade de vitória de Bolsonaro.
Ambiente corporativo
No ambiente corporativo, o destaque fica por conta de JBS, que liquida US$ 2 bilhões de suas notas internacionais de 2028, 2033 e 2052.
Também liquida suas notas de 2024, a Companhia Brasileira de Alumínio, no valor de US$ 79 milhões.
A Caixa Seguridade informou que vendeu R$ 167 MM de títulos de capitalização em agosto, com alta de 32% em relação a agosto do ano passado.
O segmento de Previdência cresceu 15%. A Movida pagará JCP de R$ 0,15, ficando a ação “ex” a partir de 03/10.