O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta semana o início de um processo de alistamento em massa, mobilizando milhões de milicianos para reforçar a defesa do país. A medida ocorre em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, que deslocaram três destróieres para a região do Caribe sob a justificativa de combate ao narcotráfico.
Para a diplomacia brasileira, a presença militar dos EUA tão próxima da América Latina representa uma ação de intimidação regional, ainda que Washington afirme não haver intenção de intervenção direta na Venezuela.
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, já declarou que a posição do Brasil segue baseada no princípio da não intervenção e na busca por soluções via diálogo diplomático.
Forças Armadas Brasileira seguem monitorando
As Forças Armadas do Brasil acompanham o deslocamento de navios militares norte-americanos que se aproximam da costa venezuelana. O monitoramento, iniciado na terça-feira (19 de agosto), avalia possíveis impactos no fluxo migratório em Roraima, caso ocorra uma intervenção militar.
O Brasil compartilha com a Venezuela uma fronteira de 2.199 quilômetros, sendo 90 km por terras e 2.109 km por divisor de águas. Esta divisa, especialmente no estado de Roraima, pode enfrentar aumento na chegada de migrantes caso a situação regional se agrave.