As taxas dos títulos públicos no Brasil apresentam um movimento de baixa nesta quinta-feira, 24 de outubro. O cenário ocorre em meio à recuperação da Bolsa de Valores e à desvalorização do dólar, evidenciando um fluxo positivo de investimentos estrangeiros em ativos locais.
Destaca-se o Tesouro Prefixado 2028, com remuneração reduzida para 13,49% ao ano, o menor nível desde 2025, e distante dos 14% registrados no início de abril. Além disso, os títulos com vencimento em 2032 também apresentam forte queda, passando a pagar 14,14% ao ano, ante os quase 15% do começo do mês.
A moeda americana registra uma queda, negociando abaixo de R$ 5,70 nesta data. Este movimento é observado em um contexto de aversão ao dólar nos mercados globais, impulsionado por incertezas sobre os planos tarifários do governo dos EUA e uma percepção crescente de falta de credibilidade em seus anúncios. Como resultado, investidores buscam diversificar suas aplicações, o que favorece tanto o real quanto os títulos públicos, que se valorizam em resposta à maior demanda.
Outro fator relevante é a expectativa de estabilização inicial do crescimento econômico brasileiro, que pode facilitar a atuação do Banco Central no controle da inflação. O economista sênior do Deutsche Bank, Drausio Giacomelli, afirma que “com o aumento dos riscos de desaceleração global e a estabilização das expectativas inflacionárias internas, o Copom poderá considerar um aumento de 50 pontos-base e encerrar o ciclo de alta da taxa Selic, refletindo a redução nas taxas do mercado”.
A queda nos retornos é menos acentuada nos títulos atrelados à inflação, especialmente os de prazo mais longo, cuja performance costuma depender mais das questões fiscais do que da política monetária.
Na quarta-feira, 23 de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) expressou um otimismo cauteloso sobre a situação fiscal brasileira, prevendo que a relação da dívida pública com o PIB deverá aumentar de 87,3% em 2024 para 92,0% neste ano.
Os títulos do Tesouro IPCA+ também estão apresentando queda nas taxas, mas ainda permanecem acima de 7% ao ano, além da inflação. O título com vencimento em 2029 oferece uma taxa de 7,58%, em comparação com quase 8% no início de abril. Já o título com vencimento em 2040 paga 7,48%, próximo ao pico anual.
Atualização das taxas dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto às 13h54 da quinta-feira, 24: