Com a instabilidade econômica no Brasil e o avanço da globalização dos mercados, investidores brasileiros têm demonstrado crescente interesse em oportunidades no exterior.
A busca por diversificação de portfólio em economias mais estáveis tem sido vista como uma estratégia eficaz para mitigar riscos e acessar ativos com maior potencial de retorno.
Segundo dados do Banco Central, o volume de ativos brasileiros no exterior ultrapassou os US$ 200 bilhões em 2024. Entre os destinos mais procurados estão os Estados Unidos, onde setores como tecnologia, energia renovável e imóveis continuam atraindo aportes.
Estados Unidos lideram destino dos recursos
De acordo com André Peniche, especialista em direito tributário e agente de investimentos da M&P Capital Investments, o mercado norte-americano permanece como um dos principais destinos para investidores brasileiros.
Ele destaca a atratividade dos Certificados de Depósito (CDs), que oferecem rentabilidades entre 4% e 8,5% ao ano, superiores às opções similares no mercado brasileiro.
No setor imobiliário, cidades como Miami e Orlando continuam em alta, especialmente pela possibilidade de valorização patrimonial e geração de renda passiva em dólar. Regiões como Kissimmee, também na Flórida, vêm sendo apontadas como alternativas com potencial de retorno por meio de aluguel por temporada.
Setores em expansão impulsionam interesse
A diversificação internacional também permite acesso a setores considerados estratégicos no cenário global, como inteligência artificial, biotecnologia e energia limpa.
Empresas como Apple, Microsoft e Nvidia seguem liderando o avanço tecnológico e a inovação mundial, reforçando o apelo dos ativos estrangeiros.
Questões fiscais e cambiais exigem atenção
Apesar das oportunidades, especialistas alertam para a importância do planejamento tributário. Investimentos no exterior estão sujeitos a normas do Internal Revenue Service (IRS), órgão responsável pela arrecadação federal nos Estados Unidos, além da necessidade de regularização junto à Receita Federal do Brasil, para evitar dupla tributação e penalidades.
Outro fator relevante é a volatilidade cambial. A valorização do dólar pode representar ganhos para quem já possui ativos em moeda estrangeira, mas também eleva os custos de entrada em novos investimentos. Para mitigar esse risco, a diversificação entre moedas – como dólar e euro – tem sido adotada por alguns investidores como proteção adicional.
Perspectivas positivas para 2025
As projeções para 2025 indicam crescimento em setores como tecnologia, saúde, Comércio eletrônico e infraestrutura digital.
Além dos Estados Unidos, mercados emergentes como Índia e Vietnã têm se destacado pelo ritmo acelerado de crescimento e ambiente favorável ao capital estrangeiro.
A recomendação de especialistas é alinhar o perfil do investidor às oportunidades disponíveis, com atenção às tendências globais e ao contexto regulatório. O investimento no exterior, se bem estruturado, pode oferecer retornos expressivos no longo prazo.