Criptoativo sobe em meio a estabilidade macroeconômica e liquidez global elevada
O Bitcoin superou a marca de US$ 120 mil, renovando seu recorde histórico após dois dias consecutivos de forte valorização. A escalada ocorre em um cenário macroeconômico relativamente estável, sem anúncios relevantes de política monetária, tensões geopolíticas agudas ou aumento expressivo no volume de negociações.
Diante da ausência de fatores conjunturais claros, especialistas atribuem o avanço a fundamentos de longo prazo. Entre os principais elementos está a expansão da base monetária global, especialmente nos Estados Unidos.
Segundo dados do Federal Reserve Bank de St. Louis, o agregado monetário M2 — que inclui moeda em circulação e depósitos líquidos — atingiu US$ 21,942 trilhões em maio, um dos maiores patamares da história.
Essa combinação de liquidez crescente e oferta limitada de Bitcoin reforça a tese de que o desequilíbrio entre oferta e demanda pode antecipar novos ciclos de valorização, ainda que com certo atraso temporal.
Investidores ampliam exposição a ativos de risco
No campo técnico, o aumento gradual do volume de transações e a valorização de altcoins indicam maior apetite por risco entre os investidores.
A queda leve na dominância do Bitcoin também sugere uma diversificação para outros criptoativos. A liquidação de posições vendidas (shorts) contribuiu para elevar ainda mais a pressão compradora, sustentando o rali recente.
Para Felipe Mendes, CEO da consultoria Altside, o rompimento da marca de US$ 120 mil pode marcar o início de uma nova fase de valorização.
“Apesar da empolgação com as máximas históricas, a alta ainda carece de um gatilho macroeconômico claro. Parte dela pode estar ligada ao crescimento do M2 nos EUA, que historicamente antecipa ciclos de valorização do Bitcoin com certa defasagem. Se o padrão se repetir, podemos estar apenas no começo de um novo ciclo”, afirma o executivo.