O acesso ao crédito continua sendo um dos maiores desafios financeiros dos brasileiros. Em junho, a taxa média de juros para pessoas físicas chegou a 58,3% ao ano, segundo dados do Banco Central.
Em modalidades como o rotativo do cartão de crédito, os índices ultrapassam 440% ao ano, tornando qualquer descontrole potencialmente desastroso.
Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância de conhecer as opções disponíveis e adotar estratégias de proteção financeira. Para a especialista em finanças Ticiana Amorim, fundadora da Aarin, o crédito pode ser útil, desde que utilizado com consciência e planejamento.
“Não se trata de demonizar o crédito, mas de entender que ele é uma ferramenta. Usar crédito sem conhecer os termos do contrato e sem avaliar o impacto no orçamento é abrir caminho para o endividamento. A chave está na escolha correta da modalidade e no uso responsável”, afirma.
Seis orientações para contratar crédito com segurança
- Escolha a modalidade mais adequada – Crédito consignado ou com garantia de imóvel ou veículo costuma ter juros mais baixos. Já o rotativo do cartão e o cheque especial devem ser evitados.
- Compare antes de contratar – Pesquise taxas em bancos, fintechs e cooperativas. Simulações podem revelar diferenças que chegam a milhares de reais no valor final.
- Avalie o Custo Efetivo Total (CET) – O CET inclui tarifas, seguros e encargos, refletindo o valor real da dívida. Essa informação deve ser exigida antes da assinatura do contrato.
- Evite comprometer mais de 30% da renda – Esse é o limite considerado saudável para manter o orçamento equilibrado e reduzir o risco de inadimplência.
- Atenção ao prazo de pagamento – Prazos longos reduzem o valor das parcelas, mas aumentam o custo final. O ideal é equilibrar prazo e valor da parcela.
- Planeje o uso do crédito – O crédito deve ser parte do planejamento financeiro, e não uma saída emergencial para cobrir gastos não previstos.
Para Amorim, o conhecimento é o principal aliado contra o superendividamento. “Num cenário de juros altos, quem não entende os próprios números acaba pagando muito mais do que deveria. A educação financeira é a melhor defesa, e isso começa com informação prática e aplicada ao dia a dia”, conclui.